Lições de agramática do Padre Ezequiel:

um olhar discursivo sobre o fazer poético em Manoel de Barros

Autores

Palavras-chave:

Manoel de Barros, poesia, texto, ensino, semiótica

Resumo

Este artigo tem com objeto de estudo o texto poético, seguramente o menos contemplado no trabalho com textos na escola. Orientado por pressupostos teórico-metodológicos da semiótica discursiva greimasiana, o propósito do estudo é contribuir para a análise e interpretação de textos poéticos, tendo particularmente em consideração as especificidades de seu modo de construir sentidos. Como diz Teixeira, na epígrafe, a literatura e, em particular, a poesia é o modo de ser da palavra. Na poesia o poeta explora ao infinito as potencialidades da expressão linguística, revelando não só o seu inconformismo com os limites da língua, mas também com os do mundo que ela costuma expressar. Com a recriação da língua o poeta cria novos universos com sentidos, percepções e sensações outras, inesperadas, surpreendentes que fraturam a ordem vigente, questionando os valores que nela imperam, apontando ao leitor novos horizontes de vida, convidando-o a novas descobertas, em suma, alçando-o a experiências que só a arte pode proporcionar. Este texto terá alcançado seus propósitos se, em alguma dimensão, ajudar alunos e professores a melhor compreender o modo como os textos poéticos constroem seus sentidos e, em especial, a impulsioná-los à fruição estética inerente a todo e qualquer objeto artístico.

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Biografia do Autor

José Gaston Hilgert, Universidade Presbiteriana Mackenzie (UPM), São Paulo, SP

José Gaston Hilgert concluiu o doutorado em Letras - Filologia e Língua Portuguesa - pela Universidade de São Paulo em 1989. Fez Pós-Doutorado na Universidade de Freiburg (Alemanha), de 1995 a 1996, e no Institut für Deutsche Sprache (IDS), Mannheim (Alemanha), de janeiro a julho de 2010. Atualmente é professor da Universidade Presbiteriana Mackenzie-São Paulo-SP. Atua na área de Linguística, com ênfase em estudos da enunciação e na descrição do português falado do Brasil. Em seu currículo Lattes, os termos mais frequentes na contextualização da produção científica são: análise da conversação, compreensão, descrição do português falado, ensino do português, enunciação, estratégias de construção do texto falado, interação, leitura e interpretação textual, língua falada, parágrafo, problemas de compreensão. É bolsista de produtividade em pesquisa do CNPq

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Publicado

2024-09-13

Como Citar

Hilgert, J. G. (2024). Lições de agramática do Padre Ezequiel:: um olhar discursivo sobre o fazer poético em Manoel de Barros. Todas As Letras - Revista De Língua E Literatura, 26(2), 1–15. Recuperado de http://editorarevistas.mackenzie.br/index.php/tl/article/view/17175

Edição

Seção

Dossiê Temático - Abordagens teórico-analíticas do texto