A ARTE DE APRENDER A TRABALHAR COLETIVAMENTE NA VIDA DE UMA COSTUREIRA
Resumo
Parte-se do entendimento de que trabalhar de forma associada e autogestionária, num contexto histórico em que o trabalho heterogerido é hegemônico, é um desafio profundo e permanente. A luta por refazer o
conteúdo e a gestão do trabalho é uma arte, entendida enquanto habilidade humana que se institui como forma de saber, pensar e criar ao reinventar o trabalho. Este texto propõe que a análise de trajetórias profissionais de
trabalhadores e trabalhadoras de organizações de trabalho associado é necessária para aprofundar o estudo sobre qualificação profissional desses sujeitos. Conceitos de profissão, profissionalidade e trajetória profissional
além de elementos sobre relações de gênero são trazidos e discutidos à luz da problemática da transição do trabalho assalariado para o trabalho autogerido. Dados de pesquisa com membros de uma cooperativa de confecção localizada no sul do Brasil compõem a base empírica das reflexões propostas. Para a produção em tela, a trajetória profissional de uma costureira foi referenciada como narrativa repleta de elementos que contribuem e provocam o exercício de análise. Em exercício dialético entre narrativa da práxis e reflexão teórica, os referenciais teóricos adotados para dialogar com a trajetória profissional da costureira foram eleitos pela sua vinculação e/ou contribuição, direta ou indireta, ao tema da qualificação social e profissional dos trabalhadore/as do Movimento de Economia Solidária brasileiro e/ou a pesquisas que tenham como objeto de estudo este tema.
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