QUANDO A ECONOMIA SOLIDÁRIA NÃO É FEMININA NEM FEMINISTA: O QUE ESTÁ SENDO REPRODUZIDO?
Resumo
O presente artigo relata e reflete criticamente sobre o processo de formação e mobilização de uma cadeia produtiva de artefatos artesanais de lã natural, estimulada por uma política pública de economia solidária, a partir da condição de que quase todas as pessoas envolvidas eram mulheres. A escolha desse referencial de análise demandou a construção de embasamento teórico específico que tenta construir um diálogo entre economia solidária e algumas categorias da teoria feminista, intentando construir reflexões com implicações teóricas e políticas relevantes. O método de pesquisa consistiu na observação participante dos(as) autores(as) e na consulta de documentos e registros de cerca de 20 meses de trabalho de campo com traços etnográficos e de pesquisa-
-ação. Os resultados apontam que as diferentes condições femininas vivenciadas pelas artesãs não foram devidamente consideradas na formulação e implementação da política e que essas mesmas condições têm potencial
de propor problematizações importantes para o modo como se pensam os processos organizacionais nos empreendimentos e articulações de economia solidária, que podem estar reproduzindo padrões patriarcais a capitalistas,
entrando, assim, em contradição com o discurso e com a proposta política do movimento.
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