A memória dos nomes – o arquivo impossível de Mikhailov
Resumo
A obra fotográfica de Boris Mikhailov relaciona-se ao arquivo de diversos modos e através de vários gestos – nem todos eles iguais, nem todos eles partindo dos mesmos pressupostos ou dos mesmos lugares. No entanto, uma das formas privilegiadas, e que ilumina de certa forma o conjunto da obra de Mikhailov, encontra-se na forma como, num dos seus mais recentes trabalhos, Case history, o gesto fotográfico encontra o arquivo, por um lado, mas também a ausência de vestígios de tudo quanto desapareceu na noite dos tempos. É através da ideia de suspensão que iremos tentar interrogar a hipótese aporética de um arquivo que se tornou indiscernível da pulsão de morte. Estas vidas suspensas, que constituem o correlato do arquivo em Mikhailov, conhecem apenas a iminência enquanto modo temporal: iminência da catástrofe, que prefiguram ou pressupõem, iminência de que algo não aconteça, iminência de um veredicto que remete a culpa à culpa; mas também a urgência que não
deixa de se fazer sentir e que permite ler as imagens a partir de uma cesura, um duplo movimento imparável.
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