Percepções acerca de uma análise imagética de Fantoches da meia-noite, de Di Cavalcanti, e de "marionetes do kamasutra", de Egon Schiele
Palavras-chave:
Di Cavalcanti, Egon Schiele, Fantoches da meia-noite, marionetes do kamasutra, desenhosResumo
Di Cavalcanti nasceu no Rio de Janeiro, num momento em que a cidade passava por um processo radical de reurbanização promovido pelo presidente Rodrigues Alves e implantado pelo prefeito Pereira Passos. Durante seu governo (1903-1906), Passos modificou o aspecto provinciano da cidade: construiu grandes praças e largas avenidas, alterou violentamente a vida das pessoas na então capital da República e causou a expulsão da população carente que habitava os cortiços na região central para a periferia e os morros da cidade. A partir de um olhar particular a respeito desse cenário, Di Cavalcanti produz o álbum Fantoches da meia-noite, promovendo uma ruptura com o estilo art nouveau, até então praticado pelo artista. Trata-se de um conjunto composto por dezesseis pranchas, contendo desenhos e um encarte de apresentação prefaciado pelo escritor Ribeiro Couto. O texto refere-se às impressões que ambos mantinham em relação às criaturas que habitavam aquele cenário. Diante do exposto, pretendemos demonstrar, com base nas análises imagéticas de Fantoches da meia-noite, que Di Cavalcanti antecipara o discurso amplamente disseminado durante a Semana de Arte Moderna de 1922. Nos Fantoches de Di, os desenhos se harmonizam com as “marionetes do kamasutra” de Egon Schiele. Explicitam-se, em ambos, sensações e experiências de uma nova vida urbana, provocada pela alteração das formas de consumo e pela ideologia progressista do início do século XX.
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