Emblemata calvinista: arte e religião na obra de Georgette de Montenay
Palavras-chave:
Religião. Arte. Reforma Protestante. Calvinismo. Emblemata.Resumo
O século XVI é um período de grandes transformações. A chamada Reforma Protestante ou, como denominam alguns, as “Reformas Protestantes”, (Luterana, Calvinista e Anglicana) pode ser vista como uma série de movimentos que redesenharam a configuração religiosa do continente europeu, quebrando, com isso, a hegemonia papal e colocando um fim no monopólio católico, até então, único detentor dos bens de salvação no Ocidente. Mais tarde, esses movimentos plasmaram com sua diversidade as mais variadas expressões religiosas cristãs nos continentes americano, asiático e africano. Não se pode esquecer que esses acontecimentos, juntamente com outros, na esteira do renascimento cultural, são elementos extremamente importantes que assinalaram o início da Época Moderna. O Cinquecento (na linguagem dos italianos) é um dos maiores e mais célebres períodos da arte, sendo o século de Leonardo Da Vinci e Michelangelo, Rafael e Ticiano, Correggio e Giorgione, Albrecht Dürer e Hans Holbein, e tantos outros que poderiam figurar nessa lista. Contudo, neste trabalho, a atenção será voltada para Georgette de Montenay, uma mulher, artista e religiosa, que, por meio de sua religiosidade, de cunho calvinista, tornou os emblemata, ou livros de emblemas, algo de suma importância na relação religião e arte.
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