Emblemata calvinista: arte e religião na obra de Georgette de Montenay

Autores

  • Gerson Leite de Moraes Instituto Presbiteriano Mackenzie

Palavras-chave:

Religião. Arte. Reforma Protestante. Calvinismo. Emblemata.

Resumo

O século XVI é um período de grandes transformações. A chamada Reforma Protestante ou, como denominam alguns, as “Reformas Protestantes”, (Luterana, Calvinista e Anglicana) pode ser vista como uma série de movimentos que redesenharam a configuração religiosa do continente europeu, quebrando, com isso, a hegemonia papal e colocando um fim no monopólio católico, até então, único detentor dos bens de salvação no Ocidente. Mais tarde, esses movimentos plasmaram com sua diversidade as mais variadas expressões religiosas cristãs nos continentes americano, asiático e africano. Não se pode esquecer que esses acontecimentos, juntamente com outros, na esteira do renascimento cultural, são elementos extremamente importantes que assinalaram o início da Época Moderna. O Cinquecento (na linguagem dos italianos) é um dos maiores e mais célebres períodos da arte, sendo o século de Leonardo Da Vinci e Michelangelo, Rafael e Ticiano, Correggio e Giorgione, Albrecht Dürer e Hans Holbein, e tantos outros que poderiam figurar nessa lista. Contudo, neste trabalho, a atenção será voltada para Georgette de Montenay, uma mulher, artista e religiosa, que, por meio de sua religiosidade, de cunho calvinista, tornou os emblemata, ou livros de emblemas, algo de suma importância na relação religião e arte. 

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

ADAM, A.; RAWLES, S.; SAUNDERS, A. A bibliography of french emblem books. Geneva: Droz, 1999.
ADAM, A. Webs of allusion: french protestant emblem books of the sixteenth century. Geneva: Droz, 2003.
BENJAMIN, W. Charles Baudelaire: um lírico no auge do capitalismo. São Paulo: Brasiliense, 1989. (Obras Escolhidas, v. 3).
CARDOSO, A.; FERREIRA, M. L. R. (org.). Medicina dos afectos: correspondência entre Descartes e a Princesa Elisabeth da Boémia. Oeiras: Celta, 2001.
COTTIN, J. Le protestantisme et l’art: une question à reconsidérer. In: GISEL, P. (dir.). Encyclopédie du protestantisme. Paris: Presses Universitaires de France, 2006. p. 45-51.
IDOLORUM SERVITUS. Literalmente “Servindo a ídolos” ou conforme a tradução de Efésios 5.5, “idólatra”. Disponível em: https://www.emblems.arts.gla.ac.uk/french/picturae.php?id=FMOb071>. Acesso em 19 de maio de 2021.
EMBLEMATVM CHRISTIANORVM/EMBLEMES CHRESTIENNES. Disponível em: https://www.emblems.arts.gla.ac.uk/french/bib-desc.php?id=FMOb>. Acesso em 19 de maio de 2021.

FARNETI, R. The “mythical foundation” of the state: Leviathan in emblematic context. Pacific Philosophical, v. 82, n. 3-4, p. 362-382, Sept. 2001.
FEBVRE, L. O domínio da religião sobre a vida. In: MOTA, C. G. (org.). Febvre. São Paulo: Ática, 1978. p. 37-53.
GARRISSON, J. L’homme protestant. Bruxelles: Editions Complexe, 1986.
GOMBRICH, E. H. História da arte. Rio de Janeiro: LTC, 2018.
HUITAIN. In: ENCYCLOPAEDIA Britannica. Chicago: Encyclopædia Britannica, Inc., 1999. Disponível em: https://www.britannica.com/art/huitain. Acesso em: 19 maio 2021.
LACERDA, T. M. A imaginação no diálogo entre Leibniz e Sophie Charlotte. Revista Cadernos Espinosanos, São Paulo, n. 43, p. 77-87, jan./jun. 2020. Disponível em: https://www.revistas.usp.br/espinosanos/article/view/171656/161602. Acesso em: 15 maio 2021.
NON APTUS EST REGNO DEI – NÃO APTO PARA O REINO DE DEUS. Lucas 9.62. Disponível em: https://www.emblems.arts.gla.ac.uk/french/emblem.php?id=FMOb038>. Acesso em 19 de maio de 2021.
PERROT, M. Os excluídos da história: operários, mulheres e prisioneiros. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2017.
SAPIENS MULIER AEDIFICAT DOMU – A MULHER SÁBIA EDIFICA A SUA CASA. Referência ao livro de Provérbios 14.1. Disponível em: https://www.emblems.arts.gla.ac.uk/french/emblem.php?id=FMOb001>. Acesso em 19 de maio de 2021.

SCHOLZ, B. F.; WOLKENHAUER, A. (eds.). Typographorum emblemata: the printer’s mark in the context of early modern culture. Berlin: De Gruyter, 2018.
SHAPIRO, L. Princess Elizabeth and Descartes: the union of soul and body and the practice of philosophy. British Journal for the History of Philosophy, v. 7, n. 3, p. 503-520, 1999.
SKINNER, Q. Hobbes e a liberdade republicana. São Paulo: Unesp, 2010.
WEBER, M. A ética protestante e o espírito do capitalismo. São Paulo: Companhia das Letras, 2004.
WÖLFFLIN, H. Conceitos fundamentais da História da Arte. São Paulo: Martins Fontes, 2015.

Arquivos adicionais

Publicado

2021-11-09

Como Citar

Leite de Moraes, G. (2021). Emblemata calvinista: arte e religião na obra de Georgette de Montenay. Revista Trama Interdisciplinar, 12(1), 26–43. Recuperado de http://editorarevistas.mackenzie.br/index.php/tint/article/view/14930