O Processo de Revelação do Abuso Sexual na Percepção de Mães

Conteúdo do artigo principal

Samara Silva dos Santos
Débora Dalbosco Dell’Aglio

Resumo

Este estudo investigou o processo de revelação do abuso sexual na percepção de mães das vítimas. Participaram 27 mães de crianças e adolescentes do sexo feminino vítimas de abuso sexual intra ou extrafamiliar, com idade entre 20 e 48 anos, que estavam recebendo atendimento psicológico em serviços da rede de proteção. Foram realizadas entrevistas individuais, e as análises dos dados indicaram que a revelação do abuso ocorreu como um processo que envolveu três momentos: antecedentes da revelação, revelação propriamente dita e repercussões da revelação no contexto familiar. Nesse processo, estão envolvidas características da vítima, da família e do contexto em que estão inseridas. Discute-se a importância da rede de apoio familiar e também de serviços e profissionais qualificados para o enfrentamento dessa situação.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Detalhes do artigo

Como Citar
Santos, S. S. dos, & Dell’Aglio, D. D. (2013). O Processo de Revelação do Abuso Sexual na Percepção de Mães. Revista Psicologia: Teoria E Prática, 15(1), 50–64. Recuperado de http://editorarevistas.mackenzie.br/index.php/ptp/article/view/5151
Seção
Artigos

Referências

Arabolaza, O. G. & Piedra, C. V. (2001). Abusos sexuales: Uma situación de desprotección. Medifam, v. 11, n.1, pp. 41-51.

Araújo, M. F. (2002). Violência e abuso sexual na família. Psicologia em Estudo, v. 7, n.2, p. 3-11.

Briere, J. & Elliott, D. M. (2003). Prevalence and psychological sequelae of self-reported childhood physical and sexual abuse in a general population sample of men and women. Child Abuse & Neglect, v.27, n. 10, pp. 1205-1222.

Borges, J. L. & Dell’Aglio, D. D. (2008). Relações entre abuso sexual na infância, transtorno de estresse pós-traumático (TEP) e prejuízos cognitivos. Psicologia em Estudo, v. 13, n. 2, p. 371- 379.

Campos, M. A. M. R., Schor, N., Anjos, R. M. P., Laurentiz, J. C., Santos, D. V., & Peres, F. (2005). Violência sexual: integração saúde e segurança pública no atendimento imediato à vítima. Saúde e Sociedade, v. 14, n. 1, pp. 101-109.

Carvalho, Q. C. M., Galvão, M. T. G., & Cardoso, M. V. L. M. L. (2009). Abuso sexual infantil: Percepção de mães em face do abuso sexual de suas filhas. Revista Latino-Americana de Enfermagem, v. 17, n. 4, pp. 501-506.

Conselho Federal de Psicologia (CFP). Serviço de proteção social a criança e adolescentes vítimas de violência, abuso e exploração sexual e suas famílias: Referências para a atuação do psicólogo. Brasília: Conselho Federal de Psicologia. (2009)

Coohey, C. & O’Leary, P. (2008). Mothers’ protection of their children after discovering they have been sexually abused: An information-processing perspective. Child Abuse & Neglect, v. 32, pp. 245-259.

Elliot, A. N. & Carnes, C. N. (2001). Reactions of nonoffending parents to the sexual abuse of their child: A review of the literature. Child Maltreatment, v. 6, n.4, pp. 314-331.

Faleiros, E. (2003). Abuso sexual contra crianças e adolescentes: Os (des)caminhos da denúncia. Brasília: Presidência da República, Secretaria Especial dos Direitos Humanos.

Furniss, T. (2002). Abuso sexual da criança: Uma abordagem multidisciplinar. Porto Alegre: Artes Médica.

Hoopper, C. A. (1994). Madres sobrevivientes al abuso sexual de sus niños. Buenos Aires: Nueva Visión.

Imber-Black, E. (1994). Segredos na família e na terapia familiar: Uma visão geral. In: _______. (Org.), Segredos na família e na terapia familiar. Porto Alegre: Artes Médicas.

Jewkes, R., Sen, P., Garcia-Moreno, C. (2002). Sexual violence. In: E. G. Krug, L. L. Dahlberg, J. A. Mercy, A. B. Zwi, & R. Lozano. (Orgs.), World report on violence and health. Genebra: World Health Organization.

Leifer, M., Kilbane, T., & Grossman, G. (2001). A three-generational study comparing the families of supportive and unsupportive mothers of sexually abused children. Child Maltreatment, v. 6, n. 4, pp. 353-364.

Machado, C. (2005). Avaliação da credibilidade de alegações de abuso sexual: Consensos e controvérsias. Psicologia, Educação e Cultura, v. IX, pp. 513-534.

Narvaz, M. G. & Koller, S. H. (2005). Reflexões sobre o atendimento de meninas e mulheres vítimas de violência. Novas Abordagens em Direitos Humanos: Enfrentamento à violência, v. 1, n.1, pp. 34-42.

Paixão, A. C. W. & Deslandes, S. F. (2010). Análise das políticas públicas de enfrentamento da violência sexual infanto-juvenil. Saúde e Sociedade, v.19, n. 1, pp. 114-126.

Paredes, M., Leifer, M., & Kilbane, T. (2001). Maternal variables related to sexually abused children’s functioning. Child Abuse & Neglect, v. 25, pp. 1159-1176.

Paolucci, E. O., Genuis, M. L., Violato, C. (2001). A metaanalysis of the published research on the effects of child sexual abuse. Journal of Psychology, v. 135, n. 1, pp. 17-36.

Pintello, D. & Zuravin, S. (2001). Intrafamilial child sexual abuse: Predictors of postdisclosure maternal belief and protective action. Child Maltreatment, v. 6, n. 4, pp. 344-352.

Plummer, C. A. (2006). The discovery process: What mothers see and do in gaining awareness of the sexual abuse of their children. Child Abuse & Neglect, v. 30, p. 1227-1237.

Plumemr, C. A.; Eastin, J.; Aldaz, S. Hispanic mothers of sexually abused children: Experiences, reactions, concerns. Social Work Forum, v. 42/43, p. 55-75, 2009.

Sanderson, C. Abuso sexual em crianças: Fortalecendo pais e professores para proteger crianças contra abusos sexuais e pedofilia. São Paulo: MBooks, 2005.

Santos, S. S.; Dell’Aglio, D. D. Multigeracionalidade da violência: Um estudo sobre mães de meninas vítimas de abuso sexual. In: Leal, M. L. P; Leal, M. F. P.; Libório, R. M. C. (Orgs.), Tráfico de pessoas e violência sexual. Brasília: Violes/Ser/Universidade de Brasília, 2007.

Tyler, K. A. Social and emotional outcomes of childhood sexual abuse: A review of recent research. Aggression and Violent Behavior, v. 7, n. 6, p. 567-589, 2002.