Quando a Morte Visita a Maternidade: Atenção Psicológica Durante a Perda Perinatal

Conteúdo do artigo principal

Erica Nascimento de Sousa
Alessandra da Rocha Arrais
Vera Iaconelli
Julia Costa Muza

Resumo

O presente estudo pautou-se no método qualitativo com o objetivo de conhecer o significado da perda perinatal para famílias enlutadas e avaliar a intervenção psicológica em situações de luto perinatal. Participaram desta pesquisa cinco famílias que vivenciaram o óbito perinatal numa maternidade de Brasília. Utilizaram-se como instrumentos o prontuário psicológico do serviço de psicologia da maternidade e a entrevista de avaliação pós-óbito. A partir da análise de conteúdo de Bardin (1977), emergiram cinco categorias, a saber: história da gestação, os pais diante da morte do filho, desejo de reparação, despedida do bebê e avaliação do atendimento da psicologia na situação do luto. Os resultados demonstraram que o intenso trabalho psíquico de luto sofrido pelas famílias ainda recebe pouco apoio social das instituições, e a psicologia hospitalar pode ter um papel fundamental junto a essas famílias no sentido de prevenir traumas futuros e evitar o luto patológico e gravidezes reparadoras.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Detalhes do artigo

Seção
Artigos

Referências

Bardin, L. (1977). Análise de conteúdo. Lisboa: Edições 70.

Bartilotti, M. R. M. B. (2002). Obstetrícia e ginecologia: urgências psicológicas. In: Urgências Psicológicas no Hospital. São Paulo: Pioneira Thomson Learning.

Bartilotti, M. R. M. B. (2007). Intervenção Psicológica em Luto perinatal. In: bortoletti, F. F (Org.). Psicologia na prática obstétrica: abordagem interdisciplinar. São Paulo: Manole.

Carvalho, F. T. & Meyer, L. (2007). Perda gestacional tardia: aspectos a serem enfrentados por mulheres e conduta profissional frente a essas situações. Boletim de Psicologia, São Paulo, 57(126), 33-48.

Duarte, C. A. M. & TURATO, E. R. (2009). Sentimentos presentes nas mulheres diante da perda fetal: uma revisão. Psicologia em Estudos, Maringá, 14(3), 485-490.

Freud, S. (1974). Luto e melancolia. In: Edição Standard Brasileira das Obras Psicológicas Completas de Sigmund Freud, vol. XIV. Rio de Janeiro, Imago Editora Ltda., 271-307.

Gesteira, S. M. A., Barbosa, V. L., & Endo, P. C. (2006). O luto no processo de aborto provocado. Acta Paulista de Enfermagem, São Paulo, 19 (4), 462-467.

Gil, A. C. (1999). Métodos e técnicas de pesquisa social. São Paulo: Atlas.

Iaconelli, V. (2007). Luto Insólito, desmentido e trauma: clínica psicanalítica com mães de bebês. Revista Latino Americana de Psicopatologia Fundamental, São Paulo, 10(4) 614-623.

Irvin, N. A. (1978). Assistência aos pais de bebês com malformação congênita. In: Kennel, H. M. & Klaus, H. M. La relación madre-hijo. Buenos Aires: Médica Panamericana.

Klein, M. (2008). Amor, Culpa e Reparação. Rio de Janeiro: Imago Editora, 197-228.

Kovács, M. J. (2008). Desenvolvimento da tanatologia: estudos sobre a morte e o morrer. São Paulo, 18(41), 457-468.

Kübler-Ross, E. (1998). Sobre a morte e o morrer: o que os doentes terminais têm para ensinar a médicos, enfermeiros, religiosos e aos seus próprios parentes. São Paulo: Martins Fontes.

Lüdke, M & André, M. E. D. A. (1986). Pesquisa em Educação: abordagens qualitativas. São Paulo: EPU.

Maldonado, M. T. P. (1986). Psicologia da gravidez. Petrópolis: Vozes.

Maushart, S. (2006). A máscara da maternidade. São Paulo: Editora Melhoramentos.

Santos, A. L. D., Rosenburg, C. P. & Buralli, K. O. (2004). Histórias de perdas fetais contadas por mulheres: estudo de análise qualitativa. Revista de Saúde Pública, 38 (2), 269-276. São Paulo.

Silva, D. R. (2009). E a vida continua... o processo de luto dos pais após suicídio de um filho. 2009. 138f. Dissertação (Mestrado em Psicologia Clínica). Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, São Paulo.

Simonetti, A. (2004). Manual de psicologia hospitalar: o mapa da doença. São Paulo: Casa do psicólogo.

Soifer, R. (1992). Psicologia da gravidez, parto e puerpério. Porto Alegre: Artes médicas.

Torloni, M. R. (2007). Luto perinatal. In: Bortoletti, F. F (Org.). Psicologia na prática obstétrica: abordagem interdisciplinar. São Paulo: Manole.

Turato, E. R. (2003). Tratado da metodologia de pesquisa clinico: qualitativa. Construção teórico-epistemológica, discussão comparada e aplicação nas áreas da saúde e humanas. Petrópolis: Vozes.