Correlações entre a Percepção da Violência Familiar e o Relato de Violência na Escola entre Alunos da Cidade de São Paulo

Conteúdo do artigo principal

Mariana Fernandes Prado Tortorelli
Luiz Renato Rodrigues Carreiro
Marcos Vinicius de Araújo

Resumo

O Bullying é compreendido como um conjunto de atitudes agressivas intencionais e repetidas que representam abuso de poder de um aluno contra o outro. Este trabalho investigou correlações entre a percepção da violência familiar e o relato de violência na escola. Participaram 501 alunos do Ensino Fundamental público na cidade de São Paulo, os quais responderam a um questionário fechado com seis questões sobre a percepção da violência familiar por parte do aluno e sete questões acerca de relatos de violência na escola. Os dados foram analisados descritivamente e uma análise de Pearson verificou correlações entre as questões. Os resultados apontam correlações da percepção do aumento de situações de violência familiar e o maior relato de violência escolar. Compreende-se a relação família-escola como interdependente e o espaço escolar como local potencial de diálogo para combater a violência nas escolas e famílias, não de forma a culpabilizar um ao outro, mas como duas instituições que estabelecem parcerias efetivas para combater o fenômeno bullying.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Detalhes do artigo

Seção
Artigos

Referências

ANSER, M. A. C. I.; JOLY, M. C. R. A; VENDRAMINI, C. M. M. Avaliação do conceito de violência no ambiente escolar: visão do professor. Psicologia: teoria e prática, v. 5, n. 2, p. 67-81, 2003.

BLAYA, C. Clima escolar e violência nos sistemas de ensino secundário da França e da Inglaterra. In: DEBARBIEUX, É.; BLAYA, C. (Org.). Violência nas escolas e políticas públicas. Brasília: Unesco, 2002. p. 225-250.

CONSTANTINI, A. Bullying, como combatê‑lo?: prevenir e enfrentar a violência entre jovens. São Paulo: Itália Nova, 2004.

CHAUX, E.; MOLANO, A.; PODLESKY, P. Socio-economic, socio-political and socio-emotional variables explaining school bullying: a country-wide multilevel analysis. Aggress Behav., v. 35, p. 1-10, 2009.

CLEAVE, J. van; DAVIS, M. M. Bullying and peer victimization among children with special health care needs. Pediatrics, v. 118, n. 4, p. 1212-1219, 2006.

CUNHA, J. M. Violência interpessoal em escolas do Brasil: características e correlatos. 2009. 98 p. Dissertação (Mestrado em Educação) – Universidade Federal do Paraná. Paraná, 2009.

FANTE, C. A. Z. Fenômeno bullying. São Paulo: Verus, 2005.

FARRINGTON, D. P. Fatores de risco para a violência juvenil. In: DEBARBIEUX, É.; BLAYA, C. (Org.). Violência nas escolas e políticas públicas. Brasília: Unesco, 2002. p. 25-57.

FORMIGA, N. S.; GOUVEIA, V. V. Valores humanos e condutas anti-sociais e delitivas. Psicologia: teoria e prática, v. 7, n. 2, p. 134-170, 2005.

GRASSI-OLIVEIRA, R.; STEIN, M. L.; PEZZI, C. J. Tradução e validação de conteúdo da versão em português do Childhood Trauma Questionnaire. Rev. Saúde Pública, v. 40, n. 2, p. 249-255, 2006.

KALTIALA-HEINO, R.; FRÖJD, S.; MARTTUNEN, M. Involvement in bullying and depression in a 2-year follow-up in middle adolescence. Eur. Child Adolesc. Psychiatry, 2009.

LOPES NETO, A. A. Bullying – comportamento agressivo entre estudantes. Jornal de Pediatria, v. 81, n. 5, p. 164-172, 2005.

MARRIEL, C. L. et al. Violência escolar e auto-estima de adolescentes. Cad. Pesq.,São Paulo, v. 36, n. 127, 2006.

MENESINI, E.; MODENA, M.; TANI, F. Bullying and victimization in adolescence: con-current and stable roles and psychological health symptoms. J. Genet. Psychol., v. 170, n. 2, p. 115-133, 2009.

NEME, C. M. B. et al. Fenômeno bullying: análise de pesquisas em psicologia publicadas no período de 2000 a 2006. Pediatr. Mod., v. 44, n. 5, p. 200-204, 2008.

OLWEUS, D. Bullying at school. Cambrigde: Blackwell, 1993.

OLWEUS, D.; BLOCK, J.; RADKE-YARROW, M. Development of antisocial and prosocial behavior research, theories, and issues. Orlando, Florida: Academic Press, 1986.

OLWEUS, D.; SOLBERG, M. E.; ANDRESEN, I. M. Bullies and victims at school: are they the same pupils? British Journal of Educational Psycology, v. 77, n. 2, p. 441-464,2007.

PRIVITERA, C.; CAMPBELL, M. A. Cyberbullying: the new face of workplace bullying? Cyberpsychol Behav., v. 12, n. 4, p. 395-400, 2009.

ROSS, M.; RIGBY, K. Bullying in schools: and what to do about it. Bristol: Kingsley, 1996.

ROYER, E. A violência escolar e as políticas da formação de professores. In: DEBAR-BIEUX, É.; BLAYA, C. (Org.). Violência nas escolas e políticas públicas. Brasília: Unesco, 2002. p. 251-267.

SAPOUNA, M. et al. Virtual learning intervention to reduce bullying victimization in primary school: a controlled trial. J. Child. Psychol. Psychiatry, v. 51, n. 1, p. 104-112, 2009.

SMITH, P. K. Intimidação por colegas e maneiras de evitá-la. In: DEBARBIEUX, É.; BLAYA, C. (Org.). Violência nas escolas e políticas públicas. Brasília: Unesco, 2002. p. 187-205.

SMITH, P. K.; SHARP, S. School bullying: insights and perspectives. London: Routledge, 1994.

SOUZA, P. M. L. Agressividade em contexto escolar. 2005. Disponível em: <http://www.psicologia.com.pt/artigos/textos/A0261.pdf>. Acesso em: 29 set. 2009.