Condições de Trabalho e Significados da Experiência Laboral: O Caso dos Trabalhadores da Justiça

Conteúdo do artigo principal

Elka Lima Hostensky
Josep Maria Blanch
Paola Ochoa
Vera Regina Roesler

Resumo

Introdução. O funcionamento ideal das organizações requer que os trabalhadores estejam satisfeitos com suas condições de trabalho e atribuam significados positivos à sua atividade de trabalho. As reformas do sistema judiciário brasileiro criaram oportunidades para melhorar os serviços e o atendimento ao cliente. O objetivo desta investigação foi o de analisar a relação que os trabalhadores da justiça estabelecem entre a avaliação de suas condições de trabalho e a subjetivação de sua própria experiência profissional, entendida como o conjunto de significados que dão a este trabalho. Método. Uma amostra de 1.537 trabalhadores do setor respondeu ao Questionário sobre Condições de Trabalho (qCT) e a uma pergunta sobre o significado da própria experiência laboral. A análise de correspondência permitiu representar em tabelas de contingência as relações entre as categorias de avaliação quantitativa das condições de trabalho e os significados qualitativos atribuídos à experiência de trabalho. Resultados. Aqueles que pontuaram negativamente em condições de trabalho avaliaram sua experiência de trabalho em termos de desconforto, fadiga, injustiça e pouco comprometimento. Aqueles que os avaliaram positivamente avaliaram sua experiência em termos de oportunidades, relacionamentos e compromisso. Conclusões. O estudo fornece fundamentos empíricos e critérios teóricos para um redesenho das condições de trabalho do sistema de justiça que minimizem os riscos psicossociais para os servidores públicos.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Detalhes do artigo

Seção
ESPECIAL - Trabalho e Saúde Face às Metamorfoses Contemporâneas

Referências

Bakker, A. B., & Demerouti, E. (2018). Multiple levels in job demands-resources theory: Implications for employee well-being and performance. In E. Diener, S. Oishi & L. Tay (Eds.), Handbook of well-being (pp. 1–13). DEF Publishers.

Bauer, G., & Jenny, G. (Eds). (2013). Salutogenic organizations and change: The concepts behind organizational health intervention research. Springer. https://doi.org/10.1007/978-94-007-6470-5

Bazex, H. (2012). Les facteurs et les effets du stress chez les juges des enfants. Annales Médico-Psychologiques, 170(2), 127–131. https://doi.org/10.1016/j.amp.2012.01.017

Blanch, J. M. (2020). Being business, una emergente maladie du siècle. In M. C. Ferreira & J. T. R. Falcão (Coords.), Intensificação, precarização, esvaziamento do trabalho e margens de enfrentamento (pp. 21–49). EDUFRN.

Blanch, J. M. (2021). El nuevo espaciotiempo de trabajo, un desafío para la calidad de vida laboral. Praxis Psy, 22(35), 65–78. https://doi.org/10.32995/praxispsy.v22i35.159

Blanch, J. M., Sahagún, M., & Cervantes, G. (2010). Estructura factorial de la Escala de Condiciones de Trabajo. Revista de Psicología del Trabajo y las Organizaciones, 26(3), 175–189. https://doi.org/10.5093/tr2010v26n3a2

Blanco-Donoso, L. M., Moreno-Jiménez, J., Gallego-Alberto, L., Amutio, A., Moreno-Jiménez, B., & Garrosa E. (2021). Satisfied as professionals, but also exhausted and worried!!: The role of job demands, resources and emotional experiences of Spanish nursing home workers during the COVID-19 pandemic. Health & Social Care in the Community, 30(1), e148-e160. https://doi.org/10.1111/hsc.13422

Brasil. (2004, 30 de dezembro). Emenda Constitucional n. 45, de 30 de dezembro de 2004. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil.

Carlotto, M. S., & Câmara, S. (2019). Burnout syndrome in public servants: Prevalence and association with occupational stressors. Psico-USF, 24(3), 425–435. https://doi.org/10.1590/1413-82712019240302

Eurofound. (2020). Living, working and COVID-19 dataset. Eurofound. https://www.eurofound.europa.eu/data/covid-19

Gil-Monte, P. R., López-Vílchez, J., Llorca-Rubio, J. L., & Sánchez, J. (2016). Prevalencia de riesgos psicosociales en personal de la administración de justicia de la comunidad valenciana. Liberabit, 22(1), 7–19.

Granero, A., Blanch, J. M., & Ochoa, P. (2018). Condições de trabalho e significados do trabalho em enfermagem em Barcelona. Revista Latino-Americana de Enfermagem, 26, e2947 https://doi.org/10.1590/1518-8345.2342.2947

Hagen, T., & Bogaerts, S. (2014). Work pressure and sickness absenteeism among judges. Psychiatry, Psychology and Law, 21(1), 92–111. https://doi.org/10.1080/13218719.2013.790003

Jaffe, P. G., Crooks, C. V., Dunford-Jackson, B. L., & Town, M. (2009). Vicarious trauma in judges: The personal challenge of dispensing justice. Juvenile and Family Court Journal, 54(1), 1–9. https://doi.org/10.1111/j.1755-6988.2003.tb00083.x

Jueces para la Democracia. (2014). Informe urgente sobre riesgos psicosociales y carga de trabajo en la carrera judicial. http://www.juecesdemocracia.es/wp-content/uploads/2017/03/INFORME-ENCUESTA-RIESGOS-PSICOSOCIALES.pdf

Leclerc, M.-E., Wemmers, J.-A., & Brunet, A. (2019). The unseen cost of justice: Post-traumatic stress symptoms in Canadian lawyers. Psychology, Crime and Law, 26(1), 1–21. https://doi.org/10.1080/1068316X.2019.1611830

Leiter, M. P., & Maslach, C. (2017). Burnout and engagement: Contributions to a new vision. Burnout Research, 5, 55–57.

Léonard, M. J., Saumier, D., & Brunet, A. (2020). When the lawyer becomes traumatized: A scoping review. SAGE Open, 10(3), 1–10. https://doi.org/10.1177/2158244020957032

Lustig, S. L., Karnik, N., Delucchi, K., Tennakoon, L., Brent, K., Marks, D. L., & Slavin, H. D. (2008a). Burnout and stress among United States immigration judges. Bender’s Immigration Bulletin, 13(1), 22–35. https://www.naij-usa.org/images/uploads/publications/Burnout-and-Stress-Among-United-StatesImmigration-Judges_01-01-08_1.pdf

Lustig, S. L., Karnik, N., Delucchi, K., Tennakoon, L., Brent, K., Marks, D. L., & Slavin, H. D. (2008b). Inside the judges’ chambers: Narrative responses from the National Association of Immigration Judges Stress and Burnout Survey. Georgetown Immigration Law Journal, 23, 57–83.

Maguire, G., & Byrne, M. K. (2017). The law is not as blind as it seems: Relative rates of vicarious trauma among lawyers and mental health professionals. Psychiatry, Psychology and Law, 24(2), 233–243. https://doi.org/10.1080/13218719.2016.1220037

Maslach, C., & Leiter, M. P. (2008). The truth about burnout: How organizations cause personal stress and what to do about it. John Wiley & Sons.

Morisson, A. & Doussineau, M. (2019). Regional innovation governance and place based policies: Design, implementation and implications. Regional Studies, Regional Science, 6(1), 101–116. https://doi.org/10.1080/21681376.2019.1578257

Ochoa, P., & Blanch, J. M. (2016). Work, malaise, and well-being in Spanish and Latin-American doctors. Revista de Saúde Pública, 50, 21. https://doi.org/10.1590/S1518-8787.2016050005600

Ochoa, P., & Coello-Montecel, D. (2020). The Working Conditions Questionnaire: Cross-cultural validation and scale refinement in six Ibero-American countries. Employee Relations: The International Journal, 43(5), 1016–1028. https://doi.org/10.1108/ER-05-2020-0240

Organization for Economic Cooperation and Development (OECD). (2020). COVID-19: Protecting people and societies. https://www.oecd.org/coronavirus/policy-responses/covid-19-protecting-people-and-%20societies-e5c9de1a/

Perales, A., Chue, H., Padilla, A., & Barahona, L. (2011). Estrés, ansiedad y depresión en magistrados de Lima, Perú. Revista Peruana de Medicina Experimental y Salud Pública, 28(4), 581–588. https://doi.org/10.17843/rpmesp.2011.284.419

Rigotti, T., Yang, L.-Q., Jiang, Z., Newman, A., De Cuyper, N., & Sekiguchi, T. (2021), Work-related psychosocial risk factors and coping resources during the COVID-19 crisis. Applied Psychology, 70, 3–15. https://doi.org/10.1111/apps.12307

Rocha, K. B., Carlotto, M. S., & Pizzinato, A. (2014). Trastornos mentales comunes y calidad de vida: Un estudio de trabajadores del sector público. Apuntes de Psicología, 31(3), 283–290.

Sinclair, R. R., Probst, T. M., Watson, G. P., & Bazzoli, A. (2021). Caught between Scylla and Charybdis: How economic stressors and occupational risk factors influence workers’ occupational health reactions to COVID-19. Applied Psychology, 70, 85–119. https://doi.org/10.1111/apps.12301

Toia, A., Begazo, L., Díaz, B., Rodríguez, A., Mendoza, G., & Málaga, G. (2020). Burnout y calidad de vida profesional en operadores de justicia que atienden violencia familiar. Revista Peruana de Medicina Experimental y Salud Pública, 37(3), 589–590. https://doi.org/10.17843/rpmesp.2020.373.5276

Uribe J. F., López, P. L., Pérez, C., & García, A. (2014). Síndrome de desgaste ocupacional (burnout) y su relación con salud y riesgo psicosocial en funcionarios públicos que imparten justicia en México, D.F. Acta de Investigación Psicológica, 4(2), 1554–1571. https://doi.org/10.1016/S2007-4719(14)70393-X

Weir, P., Jones, L., & Sheeran, N. (2020). Australian lawyers’ experience of exposure to traumatic material: A qualitative study. Psychiatry, Psychology and Law, 28(3), 363–381. https://doi.org/10.1080/13218719.2020.1776650