A Resistência, de Julián Fuks: excelência em experimentalismo formal?

Autores

  • Jefferson Silva do Rego Programa de Pesquisa e Pós-Graduação em Letras e Linguística da Universidade Federal de Goiás

Palavras-chave:

Julián Fuks; Metaficção; Autoficção.

Resumo

Em decorrência das violências inerentes às ditaduras sul-americanas, surgiram vários testemunhos dos sobreviventes. Em A Resistência, de Julián Fuks (2015), narra-se a memória familiar, ficcionalizando os horrores vividos por aqueles(as) que enfrentaram tais ditaduras. Pautado pela tensão entre o real e o ficcional, os procedimentos estéticos desse romance desvelam a persistência do autoritarismo nas relações sociais, bem como as tensões entre memória, esquecimento e ocultamento do trauma. Logo, demonstraremos que os conceitos de metaficção e de autoficção constituem elementos estruturantes dessa obra, pois são usados para reativar a memória do período ditatorial na Argentina e no Brasil.

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Publicado

2025-12-18

Como Citar

Silva do Rego, J. (2025). A Resistência, de Julián Fuks: excelência em experimentalismo formal?. Cadernos De Pós-Graduação Em Letras, 25(3). Recuperado de http://editorarevistas.mackenzie.br/index.php/cpgl/article/view/17733