Presença ambígua
uma investigação sobre marcas e vestígios no território do Parque Dom Pedro II
DOI:
https://doi.org/10.5935/cadernospos.v22n2p71-98Palavras-chave:
Paisagem urbana; Espaço público; Percepção; Invisibilidade; Parque Dom Pedro II.Resumo
Este artigo tem por objetivo realizar uma análise do território do Parque Dom Pedro II, em São Paulo, discutindo como as investigações no espaço urbano podem revelar conteúdos não imediatamente visíveis em observações menos atentas. Assim, com um olhar mais atento, podemos revelar processos e estratégias de registros e apagamento de vestígios que caracterizam o domínio de territórios. A percepção ocorre por meio do corpo – um órgão sensível – que vivencia o espaço público. O espaço de convivência coletiva é composto por traços e marcas de diferentes atores sociais que o constituem. A presença ambígua que percebemos na metrópole contemporânea é do que se trata este trabalho. Assim, o trabalho está organizado em três partes: a primeira discute conceitos teóricos que embasarão a prática; a segunda apresenta um breve contexto histórico do Parque D. Pedro II; e a terceira realiza a análise perceptiva a partir do espaço público. O artigo argumenta que a leitura da paisagem urbana é uma construção feita pela sobreposição de versões relativas e parciais que só se tornam inteiras quando vistas em conjunto e com um olhar transversal, ou seja: compreender a complexidade das análises sociais e espaciais com categorias e identidades que são mutáveis e podem ter diferentes interpretações.
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