O Papel das Mulheres nas Ações Solidárias na Favela da Rocinha, Rio de Janeiro em Tempos de Pandemia
DOI:
https://doi.org/10.5935/cadernospos.v21n1p63-77Palavras-chave:
Assentamentos Informais; Favela da Rocinha; Mulher; Ações solidárias; Pandemia Covid-19.Resumo
Este artigo busca explorar o papel protagonista das mulheres nas ações solidárias de ONGs e coletivos na favela da Rocinha, durante a pandemia da Covid-19. Ele parte da premissa de que a produção do espaço da favela sempre teve uma liderança e atuação marcantes das mulheres, seja na produção do espaço doméstico, seja na produção dos espaços coletivos, ou mesmo na militância política ativa nos bastidores das Associações de Moradores, ONGs e coletivos. Personagens esquecidos na história da favela, as mulheres não somente atuaram nas lutas diárias do cotidiano em creches, postos de saúde, mas também na preservação da memória da comunidade. Atualmente, elas continuam a exercer um papel primordial nas lutas e resistências contra a violência, os riscos e a vulnerabilidade social, especificamente na luta contra as remoções, e também podemos observar neste momento a atuação das mulheres nas redes de ação solidária que se desenvolveram em vários grupos comunitários e coletivos durante a pandemia. Nosso artigo está estruturado em quatro seções, a saber. Primeiramente abordamos o contexto histórico da Rocinha e a atuação feminina nos vários espaços e fóruns coletivos. Em seguida, faremos um breve histórico dos principais problemas que enfrentam as mulheres no cotidiano da favela, como violência e risco de remoção. Depois falaremos da atuação das mulheres nos movimentos sociais e coletivos na Rocinha na atualidade para, finalmente, trabalhar a atuação específica nas redes de ação solidária durante a pandemia.
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