Narrativas e práticas coletivas pelo direito à cidade
projetos interativos na periferia de Salvador
DOI:
https://doi.org/10.5935/cadernospos.v22n2p136-149Palavras-chave:
Periferia urbana; Práticas coletivas; Cidades inclusivas.Resumo
No tensionamento do urbanismo institucional pós-Estatuto da Cidade no Brasil, com planos diretores figurativos, avanço do urbanismo neoliberal e desmonte de políticas sociais, surgem na última década diversas narrativas de resistência e práticas coletivas que ampliam os movimentos históricos de reivindicação e luta pelo direito à moradia e à cidade. O artigo enfoca essas insurgências, acolhendo-as como sinal de novas interações na apropriação dos territórios de periferia. Toma-se como referência resultados preliminares de um projeto interativo envolvendo comunidade e universidade para a implementação de um parque urbano em área de habitação periférica em Salvador, na Bahia. São discutidos os desdobramentos da conquista desse espaço público, analisados nas dimensões de ações táticas para ampliação da esfera pública, em um projeto coletivo impulsionador de impactos social e urbano. Ao trazer melhorias físicas de microacessibilidade em uma trilha no limite da área do futuro parque, essa iniciativa revela, além da sua funcionalidade imediata para os moradores, um impulso provocativo de ações propositivas em territórios vulneráveis para a produção de cidades mais inclusivas.
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