Flexibilidade e incerteza em projetos de agronegócios: investindo numa planta de cogeração

Authors

  • Augusto Cesar Arenaro e Mello Dias Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro
  • Carlos de Lamare Bastian-Pinto Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro
  • Luiz Eduardo Teixeira Brandão Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro
  • Leonardo Lima Gomes Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro

Keywords:

bioeletricidade, co-geração, opções reais, flexibilidade, reversão à média.

Abstract

A geração de energia a partir da biomassa tem se tornado uma fonte crescente de interesse em função das crescentes preocupações com a possível exaustão das reservas de combustíveis fósseis mundiais. Neste artigo analisamos uma planta de produção de açúcar e etanol no Brasil, a qual possui tanto uma opção de expansão quanto uma de agregar uma unidade de co-geração a qual permitiria a venda de energia excedente, gerada a partir da queima do bagaço da cana de açúcar, sendo que a segunda opção é condicional a implementação da primeira. Modelamos os preços de açúcar, etanol e energia elétrica como processos de reversão à média geométrica e aplicamos a abordagem de opções reais para quantificar essas flexibilidades gerenciais, considerando que essas duas opções possuem diferentes ativos subjacentes. A opção de expansão de produção é função do valor esperado dos preços futuros de açúcar e etanol, enquanto a opção de investir numa planta de co-geração irá depender dos preços futuros de energia elétrica. Ambas as decisões são modeladas como Opções Americanas Compostas sobre seus respectivos ativos subjacentes. O modelo é resolvido utilizando uma árvore binomial recombinante não censurada para reversão à média proposta por Bastian-Pinto, Brandão e Hahn (2010) usando o software DPLTM. Os resultados indicam que a flexibilidade de escolha do momento ótimo de investir em ambas opções de expansão, gera um valor significativo: o investimento na unidade de co-geração agrega um valor equivalente ao valor da expansão de produção de açúcar e etanol, e representam até 44% do VPL tradicional de R$ 195,9 milhões do projeto. Concluímos que, dado que somente a metade das usinas de processamento de cana de açúcar existentes hoje no Brasil tem unidades de co-geração instaladas, e dado também a sempre crescente demanda por fontes limpas e renováveis de energia, isto pode indicar que existe um potencial significativo para investimento e desenvolvimento de unidades de co-geração de bioeletricidade, assim como do retrofit de usinas mais antigas, e que os incentivos do Governo vem sendo efetivos na contribuição deste desenvolvimento.

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Author Biographies

Augusto Cesar Arenaro e Mello Dias, Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro

Doutorando em Administração de Empresas pelo Programa de Pós-Graduação em Administração de Empresas da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro

Carlos de Lamare Bastian-Pinto, Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro

Doutor em Administração de Empresas pelo Programa de Pós-Graduação em Administração de Empresas da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro

Professor do Programa de Pós Graduação em Administração de Empresas da Universidade do Grande Rio

Luiz Eduardo Teixeira Brandão, Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro

Doutor pelo Programa de Pós-Graduação em Administração de Empresas da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro

Professor do Departamento de Administração da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro

Leonardo Lima Gomes, Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro

Doutor pelo Programa de Pós-Graduação em Administração de Empresas da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro

Professor do Departamento de Administração da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro

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Published

2010-12-03

Issue

Section

Strategic Finances