Estudo Comparativo do Viés do Status Quo e Perfil de Risco em Tomadas de Decisões por Estudantes de Cursos de Pós-Graduação

Autores

  • Valter Saurin Universidade Federal de Santa Catarina
  • José Manuel Janeira Varejão Universidade do Porto
  • Newton Carneiro Affonso da Costa Jr. Universidade Federal de Santa Catarina
  • Wlademir Ribeiro Prates Universidade Federal de Santa Catarina

Palavras-chave:

Finanças comportamentais.Viés do status quo. Aversão ao risco. Cultura financeira. Efeito dotação.

Resumo

No contexto da gestão financeira de uma organização, existem padrões comportamentais que podem enviesar o processo de tomada de decisões, fazendo com que o gestor financeiro não consiga atingir seu objetivo de maximização de valor em atividades ligadas às decisões financeiras, principalmente àquelas relacionadas a investimentos. Um destes vieses é denominado de status quo. De acordo com Samuelson e Zeckhauser (1988), este viés indica que os indivíduos tendem a manter o estado atual de seu portfólio e têm dificuldades em mudar de posição patrimonial. Esta pesquisa procura verificar se existe relação entre o viés do status quo, o perfil de risco e habilidade quantitativa, em estudantes de pós-graduação em economia, contabilidade e gestão. Para esta finalidade, realizou-se uma pesquisa com 330 estudantes de pós-graduação da Universidade do Porto (Portugal) e da Universidade Federal de Santa Catarina (Brasil). Para o cálculo e apresentação dos indicadores que apontam para a presença do status quo a metodologia utilizada foi baseada em Samuelson e Zeckhauser (1988). Além disso, foram realizadas análises de regressão para buscar uma relação entre o perfil de risco dos participantes e o status quo, incluindo variáveis de controle. Os resultados mostraram que os respondentes propensos ao risco parecem não terem sido afetados pelo viés do status quo em suas decisões, diferentemente dos demais. Quanto aos participantes que estudaram finanças comportamentais previamente nos cursos de licenciatura e/ou graduação (uma proxy para o conhecimento prévio do viés estudado), verificou-se, em média, um aumento de respostas nas opções alternativas ao status quo. No entanto, a presença do viés ainda foi predominante no total de respostas obtidas. Isto mostra que os respondentes que haviam estudado finanças comportamentais optaram mais por opções alternativas do que os outros, porém, mesmo estes indivíduos apresentaram o viés do status quo. Dessa forma, enfatiza-se a importância de compreender a influência de vieses comportamentais nas tomadas de decisões, pois estes vieses podem comprometer decisões importantes dentro de uma organização.

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Biografia do Autor

Valter Saurin, Universidade Federal de Santa Catarina

Professor de Adminsitração Financeira 

Departamento de Administração

Universidade Federal de Santa Catarina

área de concentração: Adminsitração financeira, finanças pessoais e finanças comportamentais. 

José Manuel Janeira Varejão, Universidade do Porto

Ph.D. pela Faculdade de Economia da Universidade do Porto, Portugal. 

 

Newton Carneiro Affonso da Costa Jr., Universidade Federal de Santa Catarina

Doutor pela Escola de Administração de Empresas (EASP) - Fundação Getúlio Vargas (FGV).

Wlademir Ribeiro Prates, Universidade Federal de Santa Catarina

Mestre em Administração pelo Programa de Pós-Graduação em Administração da Universidade Federal de Santa Catarina.

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Publicado

2015-11-03

Edição

Seção

Finanças Estratégicas