Infância e ancestralidade negra

Possibilidades conceituais para a crítica e a pesquisa sobre literatura para infâncias

Autores

  • Elizabeth Cardoso PUC-SP

Resumo

O artigo averigua as possibilidades e implicações do termo literatura para infâncias em substituição ao termo literatura infantil, com base em estudos e teorias afrocentradas. Para tanto, estão mobilizados os conceitos de Kindezi (Fu Ki-Au e Lukondo-Wamba, 2017), quilombismo (Abdias do Nascimento, 1980), afroperspectiva (Renato Noguera, 2019) e a obra literária de Caio Zero, Aqui e Aqui (2023).

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

ANI, Marimba. Uma Introdução para KINDEZI: A Arte Kongo de Cuidar de Crianças de K. Kia Bunseki Fu Ki-Au e A.M. Lukondo-Wamba. In FU KI-AU, K. Kia Bunseki e LUKONDO-WAMBA, A.M.. KINDEZI: A Arte Kongo de Cuidar de Crianças. Tradução de Mo Maiê, Rede Africanidades, 2017.AGAMBEN, Giorgio. Infância e história: destruição da experiência e origem da história. Trad. Henrique Burigo. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2005.

ARIÈS, Philippe. História Social da Criança e da Família. Tradução de Dora Flaksman. Rio de Janeiro: LTC, 181.

BADINTER, Elisabeth. Um amor conquistado: o mito do amor materno. Tradução de Waltensir Dutra. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1985

BENJAMIN, Walter. Magia e técnica, arte e política: ensaios sobre literatura e história da cultura. Trad. Sérgio Paulo Rouanet. São Paulo: Brasiliense, 2012.

BENTO, Cida. O pacto da branquitude. São Paulo: Companhia das letras, 2022.

CARDOSO, Elizabeth. Escurecimentos literários: autoria de ancestralidade negra na fundação da literatura infantil brasileira. ODEERE, [S. l.], v. 8, n. 1, p. 106-118, 2023. DOI: 10.22481/odeere.v8i1.12396. Disponível em: https://periodicos2.uesb.br/index.php/odeere/article/view/12396. Acesso em: 24 abr. 2024.

CARNEIRO, Sueli. Dispositivo de racialidade: a construção do outro como não-ser como fundamento do ser. Rio de Janeiro: Zahar, 2023.

COELHO, Nelly Novaes. A literatura infantil: história, teoria, análise: das origens orientais ao Brasil de hoje. São Paulo: Edições Quíron, 1981.

COELHO, Nelly Novaes. O conto de fadas: Símbolos, mitos, arquétipos. São Paulo: Editora Paulinas, 2012.

COLOMER, Teresa. A formação do leitor literário: narrativa infantil e juvenil atual. São Paulo: Global, 2003.

DAVIS, Angela. Mulheres, cultura e política. Tradução Heci Regina Candiani. São Paulo: Boi Tempo, 2017.

DEBUS, Eliane. A temática da cultura africana e afro-brasileira na literatura para crianças e jovens. São Paulo: Cortez Editora, 2018.

DUARTE, Eduardo Assis. Por um conceito de literatura afro-brasileira. In: Terceira Margem v. 14, n. 23, p. 113-138, 2010.

EVARISTO, Conceição. A escrevivência e seus subtextos. In DUARTE, Constância Lima e NUNES, Isabella Rosado (orgs.). Escrevivência: a escrita de nós: reflexões sobre a obra de Conceição Evaristo. Rio de Janeiro: Mina Comunicação e Arte, 2020.

EVARISTO, Conceição. África: âncora dos navios de nossa memória. Via Atlântica, São Paulo, v. 13, n. 2, p. 159–166, 2012.

FANON, Frantz. Os condenados da terra. Tradução Enilce Albergaria Rocha, Lucy Magalhães. Juiz de Fora: Editora UFJF, 2006.

FANON, Frantz. Pele negra, máscaras brancas. Tradução Renato da Silveira. Salvador: EDUFBA, 2008.

FU KI-AU, K. Kia Bunseki e LUKONDO-WAMBA, A.M.. KINDEZI: A Arte Kongo de Cuidar de Crianças. Tradução de Mo Maiê, Rede Africanidades, 2017.

GONZALEZ, Lélia. Racismo e sexismo na cultura brasileira. Revista ciências sociais hoje, Anpocs, v. 2, n. 1, p. 223-244, 1984.

HAHN, Hans; NEURATH, Otto; CARNAP, Rudolf. A concepção cientifica do mundo - o círculo de Viena. Tradução de Fernando Pio de Almeida Fleck. Campinas: Cadernos de História e Filosofia da Ciência, Série 1 v. 10, 1986.

HALL, Stuart. A questão multicultural. In: HALL, S. Da diáspora. Organização e tradução Liv Sövik. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2003.

HOOKS, Bell. Intelectuais negras. Santa Catarina: Revista Estudos feministas, v. 3, n. 2, p. 464, 1995.

HUNT, Peter. Crítica, teoria e literatura infantil. São Paulo: Editora Cosac Naify, 2015.

KILOMBA, Grada. Memórias da plantação: episódios de racismo cotidiano. São Paulo: Editora Cobogó, 2020.

LAJOLO, Marisa; ZILBERMAN, Regina. Literatura infantil brasileira: uma nova/outra história. Porto Alegre: PUCPRess, 2017.

MARTINS, Leda Maria. Performances do tempo espiralar, poéticas do corpo-tela. São Paulo: Editora Cobogó, 2021.

MUNANGA, Kabengele. Por que ensinar a história da África e do negro no Brasil de hoje? Revista do Instituto de Estudos brasileiros, 2015.

NATÁLIA, Lívia. Intelectuais escreviventes: enegrecendo os estudos literários. In DUARTE, Constância Lima e NUNES, Isabella Rosado (org.). Escrevivência: a escrita de nós. Rio de Janeiro: Mina Comunicação & Arte, 2020.

NASCIMENTO, Abdias. O Quilombismo: os documentos de uma militância pan-africanista. Petrópolis: Vozes, 1980.

NIKOLAJEVA, Maria. Poder, voz e subjetividade na literatura infantil. Tradução Camila Werner. São Paulo: Perspectiva, 2023.

NITRINI, Sandra Margarida. Literatura comparada: história, teoria e crítica. São Paulo: Edusp, 2015.

NJERI, Aza. Reflexões artístico-filosóficas sobre a humanidade negra. Revista Ítaca n.º 36 – Especial Filosofia Africana (UFRJ), 2020.

NODELMAN, P. The hidden adult: Defining children’s literature. Baltimore: Johns Hopkins University Press, 2008.

NOGUERA, Renato. "Denegrindo a filosofia: o pensamento como coreografia de conceitos afroperspectivistas". Griot. Revista de Filosofia, Amargosa, BA, v.4, n.2, dezembro/2011, pp. 1-19.

NOGUERA, Renato. Infância em afroperspectiva: articulações entre sankofa, ndaw e terrixistir. Re-vista Sul-Americana de Filosofia e Educação. Número 31: mai.-out./2019, p. 53-70. DOI: https://doi.org/10.26512/resafe.vi30.28256

PEREIRA, Edimilson de Almeida. Entre Orfe(x)u e Exunouveau: análise de uma estética de base afrodiaspórica na literatura brasileira. São Paulo: Fósforo, 2022.

QUIJANO, A. Colonialidade do poder: Eurocentrismo e América Latina. In: A Colonialidade do Saber: Eurocentrismo e Ciências Sociais. Perspectivas Latino-Americanas. Edgardo Lander (org.). Colección Sur Sur. CLACSO. Ciudad Autónoma de Buenos Aires, Argentina, 2005.

RANCIÈRE, Jacques. A partilha do sensível: estética e política. Tradução: Mônica Costa Netto. São Paulo: EXO Experimental / Editora 34, 2005.

WALSH, Catherine. Interculturalidade Crítica e Pedagogia Decolonial: in-surgir, re-existir e re-viver. In CANDAU, Vera Maria (Org.). Educação Intercultural na América Latina: entre concepções, tensões e propostas. Rio de Janeiro: 7 Letras, 2009.

Downloads

Publicado

2025-08-15

Como Citar

Cardoso, E. (2025). Infância e ancestralidade negra: Possibilidades conceituais para a crítica e a pesquisa sobre literatura para infâncias. Todas As Letras - Revista De Língua E Literatura, 27(1). Recuperado de http://editorarevistas.mackenzie.br/index.php/tl/article/view/17181

Edição

Seção

Literatura