Empoderamento e Sentimento de injustiça nos Trabalhadores da Atenção Primária do SUS

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Lila Maria Spadoni Lemes
Teresa Cristina Barbo Siqueira
Gabriela de Souza Castro
Walquiria Vieira de Abreu

Resumo

Neste artigo, aborda-se a injustiça como uma construção cognitiva e afetiva, que difere da justiça, não só por ser seu oposto, mas por possuir outra dimensão de significado. A abordagem estruturalista das representações sociais norteou o planejamento metodológico desta investigação. Procurou-se investigar a injustiça vivenciada pelos prestadores de serviço do Sistema Único de Saúde, por ser um objeto de estudo socialmente relevante, que pode demonstrar o sofrimento destes trabalhadores e, além disso, evidenciar a estrutura da representação social neste grupo, com o objetivo de demonstrar que a forma como as pessoas lidam com a injustiça depende do poder que elas têm de intervir na realidade. Os resultados demonstram que a maneira como pessoas vivenciam a injustiça é modulada por suas pertenças sociais, sendo que os profissionais de nível superior se sentem muito mais empoderados que os de nível médio.

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Seção
Psicologia Social e Saúde das Populações

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