Jovens Criados por Avós e por Um ou Ambos os Pais

Conteúdo do artigo principal

Cristina Maria de Souza Brito Dias
Flávia Fernanda Araújo da Hora
Ana Gabriela de Souza Aguiar

Resumo

As últimas três décadas caracterizaram-se por transformações nos arranjos familiares, as quais influenciaram as relações entre avós, pais e netos nas situações de cuidado e educação das crianças. Nestes lares multigeracionais, podem ser apontados benefícios e dificuldades. O presente estudo teve como objetivo investigar como os jovens criados por avós e pais percebem e vivenciam tal situação, bem como o relacionamento estabelecido entre eles. Obteve-se uma amostra de 43 netas e 35 netos, com média de idade de 16 anos e tempo de convivência com avós e pais de 15 anos. Utilizou-se um questionário com 13 questões de múltipla escolha e uma questão aberta. Pode-se concluir que: a) o comportamento dos cuidadores e a disponibilidade de tempo são aspectos diferenciais entre pais e avós; b) os netos investigados apresentaram uma concepção bastante favorável dos seus cuidadores e da educação dada por eles, relatando sentimento de felicidade acerca desta experiência.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Detalhes do artigo

Seção
Artigos

Referências

BAROTO, I. G.; VIEIRA, L. C.; MAIA, I. O. O que os avós ensinam aos netos? A influên­cia da relação intergeracional na educação formal e informal. 2007. Relatório de pesquisa–Universidade Federal de Pernambuco, Recife, 2007.

CAMARANO, A. A. Jovens e idosos nordestinos: exemplo de trocas intergeracionais? Texto para Discussão, Instituto de Pesquisas Econômicas, Rio de Janeiro: n. 1031, 2004.

CAMARANO, A. A.; EL GHAOURI, S. K. Família com idosos: ninhos vazios? Texto para Discussão, Instituto de Pesquisas Econômicas, Rio de Janeiro, n. 950, 2003.

CAPUTO, R. K. Grandmothers and coresident grandchildren. Families in Society, Hil wan­kee, v. 60, n. 4, p. 295-­304, 1999.

DIAS, C. M. S. B. Pais são para criar e avós para estragar: será? In: GOMES, I. C. (Org.). Família, diagnóstico e abordagens terapêuticas. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2008. p. 67­-72.

DIAS, C. M. S. B.; AGUIAR, A. G. S; HORA, F. F. A. Netos criados por avós: motivos e repercussões. In: FÉRES­CARNEIRO, T. (Org.). Casal e família: permanências e rupturas. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2009. p. 41­-58.

DIAS, C. M. S. B.; ARAÚJO, M. R. G. L. Papel dos avós: apoio oferecido aos netos antes e após situações de separação/divórcio dos pais. Estudos de Psicologia, Natal, v. 7, n. 1, p. 91­-101, 2002.

DIAS, C. M. S. B.; COSTA, J. M.; RANGEL, V. A. Avós que criam seus netos: circunstâncias e conseqüências. In: FÉRES­CARNEIRO, T. (Org.). Família e casal: efeitos da contempo­raneidade. Rio de Janeiro: PUC­Rio, 2005. p. 158­176.

DIAS, C. M. S. B.; SILVA, D. V. Os avós: uma revisão da literatura nas três últimas déca­das. In: FÉRES­CARNEIRO, T. (Org.). Casal e família: entre a tradição e a transformação. Rio de Janeiro: Nau, 1999. p. 118-­149.

FRUTUOSO, S. A era dos avós modernos. Época, São Paulo, n. 388, p. 32–35, out. 2005.

GOODMAN, C. C. Family dynamics in three generations grandfamilies. Journal of Family Issues, London, v. 28, p. 355-­379, 2007.

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Comunicação social: perfil dos idosos responsáveis pelos domicílios. 2004. Disponível em: <http://www.ibge.gov.br/home/presidencia/noticias/25072002pidoso.shtm. Acesso em: 12 dez. 2006

KEMP, C. L. Grandparent­-grandchild ties: reflections on continuity and change across three generations. Journal of Family Issues, v. 28, p. 855-­881, 2007

KIPPER, C. D. R.; LOPES, R. S. O tornar-­se avó no processo de individuação. Psicologia: teoria e pesquisa, Brasília, v. 22, n. 1, p. 29-­34, 2006.

LOPES, E. S. L.; NERI, A. L.; PARK, M. B. Ser avós ou ser pais: os papéis dos avós na sociedade contemporânea. Textos sobre Envelhecimento, Rio de Janeiro, v. 8, n. 2, p. 30­-32, 2005.

MINAYO, M. C. S. O desafio do conhecimento, pesquisa qualitativa em saúde. São Paulo: Hucitec, 2004.

NUNES, A. Liberal é a sua avó. Veja, São Paulo, 7 fev. 2002. Disponível em: <http://veja.abril.com.br/070201/p_106.html>. Acesso em: 6 jan. 2008.

OTERO, O. F.; ALTAREJOS, J. Como educar os netos. 2007. Disponível em: <http://www.portaldafamilia.org/artigos/artigo153.shtml>. Acesso em: 29 jan. 2007.

PEBLEY, A.R.; RUDKIN, L.L. Grandparents caring grandchildren. What do we know? Journal of Family Issues, London, v. 5, n. 8, p 1026-­1049, 1999.

PEIXOTO, C. H.; LUZ, G. M. De uma morada à outra: processos de coabitação entre as gerações. Cadernos Pagu, Campinas, n. 29, 2007. Disponível em:<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S010483332007000200008&lng=en&nrm=iso>. Acesso em: 5 jul. 2008.

PESSOA, A. Os avós. Portal da família, 2005. Disponível em: <http://www.portaldafa­milia.org/artigos/artigo403.shtml>. Acesso em: 12 abr. 2007.

SERASA. Guia do idoso. Disponível em: <http://www.serasa.com.br/guiaidoso/18.htm>. Acesso em: 12 dez. 2006.

SILVA, N. P.; DIAS, C. M. S. B. Avôs e avós: percepção do papel. Symposium, ano 3, n. esp. Psicologia, p. 51­-67, 1999.

SOMMERHALDER, C.; NOGUEIRA, E. J. As relações entre gerações. In: NERI, A. L.; FREI­RE, S. A. (Org.). E por falar em boa velhice.São Paulo: Papirus, 2000. p. 101-­112.

STAUDT, A. C. P.; WAGNER, A. Paternidade em tempos de mudança. Psicologia: teoria e prática, São Paulo, v. 10, n. 1, p. 174­-185, 2008.