Sensibilidade ao Contraste Acromático para Grades Senoidais Verticais em Adolescentes e Adultos
Conteúdo do artigo principal
Resumo
O objetivo desse estudo foi caracterizar a função de sensibilidade ao contraste (FSC) de adolescentes e adultos jovens. Mediu-se a FSC para estímulos de grade senoidal linear com frequências espaciais de 0,25; 1,0; 2,0 e 8,0 cpg, utilizando o método psicofísico da escolha forçada com duas alternativas temporais. As medidas foram obtidas com visão binocular e luminância média de 42,6 cd/m2. Todos os participantes apresentavam acuidade visual normal e estavam livres de doenças oculares identificáveis. As análises apontaram diferenças significantes entre os dois grupos nas freqüências baixas, médias e altas. Os adultos foram mais sensíveis que os adolescentes nas frequências baixas (0,25 cpg) e os adolescentes foram mais sensíveis que os adultos nas frequências médias e altas (2,0 e 8,0 cpg). Esses resultados sugerem que o processo de desenvolvimento e maturação da percepção visual de contraste interage de maneira distinta com os mecanismos que processam frequências espaciais.
Downloads
Detalhes do artigo
Os direitos autorais dos artigos publicados na Revista Psicologia: Teoria e Prática pertencem aos autores, que concedem à Universidade Presbiteriana Mackenzie os direitos não exclusivos de publicação do conteúdo.
Referências
ADAMS, I. Comparison of synaptic changes in the precentral and postcentral cerebral cortex of aging humans: a quantitative ultrastructural study. Neurobiology of Aging, n. 8, p. 203-212, 1987.
ADAMS, R. J.; COURAGE, M. L. Using a single test to measure human contrast sensitivity from early childhood to maturity. Vision Research, n. 42, p. 1205-1210, 2002.
ARUNDALE, K. An investigation into the variation of human contrast sensitivity with age and ocular pathology. British Journal of Ophtalmology, n.62, p.213-215, 1978.
ATKINSON, J.; BRADDICK, O.; BRADDICK, F. Acuity and contrast sensivity of infant vision. Nature, n. 247, p. 403-404, 1974.
ATKINSON, J.; BRADDICK, O.; MOAR, K. Contrast sensitivity of the human infant for moving and static patterns. Vision Research, v. 17, p. 1045-1047, 1977.
BEAR, M. F.; CONNORS, B. W.; PARADISO, M. A. Neurociências: desvendando o sistema nervoso. 2. ed. Porto Alegre: Artmed, 2002.
BENEDEK, G. et al. The scotopic low-frequency spatial contrast sensitivity develops in children between the ages of 5 and 14 years. Neuroscience Letters, n. 345, p. 161-164, 2003.
BRADLEY, A.; FREEMAN, R. D. Contrast sensitivity in children. Vision Research, n. 22, p. 953-959, 1982.
BURTON, K. B.; OWSLEY, C.; SLOANE, M. E. Aging and neural spatial contrast sensiti-vity: photopic vision. Vision Research, v. 33, n. 7, p. 936-946, 1993.
CAMPBELL, F. W.; GREEN, D. G. Optical and retinal factors affecting visual resolution. Journal Physiology of London, n. 181, p. 576-593, 1965.
CAMPBELL, F. W.; ROBSON, F. G. Application of the Fourier analysis to the visibility of gratings. Journal of Physiology, n. 197, p. 551-566, 1968.
CANNON JR., M. W. Contrast sensitivity: psychophysical and evoked potential metho-ds compared. Vision Research, v. 23, p. 87-95, 1983.
CAVALCANTI, A. M.; SANTOS. N. A. Os efeitos da depressão na percepção visual de contraste em humanos: achados preliminares. Revista Brasileira de Terapias Cognitivas, v. 1, n. 1, p. 21-28, 2005.
CORNSWEET, T. N. Visual perception. New York: Academic Press, 1970.
DAW, N. W. Visual development. 2. ed. New York: Spring, 2006.
DEREFELDT, F. D.; LENNERSTRAND, G.; LUNDH, B. Age variations in normal human contrast sensitivity. Acta Ophthalmology, n. 57, p. 679-690, 1979.
DE VALOIS, R. L.; DE VALOIS, K. K. Spatial vision. New York: Oxford University Press, 1988.
ELLEMBERG, D. et al. Development of spatial and temporal vision during childhood. Vision Research, v. 39, p. 2325-2333, 1999.
ELLIOT, D. B.; SITU, P. Visual acuity versus letter contrast sensitivity in early cataract. Vision Research, v. 38, p. 2047-2052, 1998.
FIORENTINI, A. et al. Visual ageing: Unspecific decline of the responses to luminance and colour. Vision Research, v. 21, n. 36, p. 3557-3566, 1996.
GELDMACHER, D. S.; RIEDEL, T. M. Age effects on random-array letter cancellation tests. Neuropsychiatry, Neuropsychology, and Behavioral Neurology, n. 12, p. 28-34, 1999.
GLASS, J. M. Visual function and cognitive aging: differential role of contrast sensitivity in verbal versus spatial tasks. Psychology and Aging,v. 22, n. 2, p. 233-238, 2007.
GLASS, P. Development of the visual system and implications for early intervention. Infants and Young Children, v. 15, p. 1-10, 2002.
HIGGINS, K. E. et al. Spatial contrast sensitivity: effects of age, test-restest and psycho-physical method. Journal of the Optical Society of America, v. 12, n. 5, p. 2173-2180, 1988.
HUA, T. et al. Functional degradation of visual cortical cells in old cats. Neurobiology Aging, n. 27, p. 155-162, 2006.
KAARNIRANTA, K. et al. Heat shock proteins as gatekeepers of proteolytic pathways – implications for age-related macular degeneration (AMD). Ageing Research Re‑views, n. 8, p. 128-139, 2009.
LEVENTHAL, A. G. et al. GABA and its agonists improved visual cortical function in senescent monkeys. Science, n. 300, p. 812-815, 2003.
MCGRATH, C.; MORRISON, J. D. The effects of age on spatial frequency perception in human subjects. Quarterly Journal of Experimental Physiology, n. 66, p. 253-261, 1981.
NEURINGER, M.; JEFFREY, B. G. Visual development: Neural basis and new assessment methods. Journal of Pediatric, v. 143,p. S87-S95, 2003.
NIO, Y. K. et al. Age-related changes of defocus-specific contrast sensitivity in healthy subjects. Ophtalmic and Physiological Optics, v. 20, n. 4, p. 323-334, 2000.
NORCIA, A. M.; TYLER, C. W.; HAMER, R. D. Development of contrast sensitivity in the human infant. Vision Research, v. 30, n.10, p. 1475-1486, 1990.
OWSLEY, C.; SEKULER, R.; SIEMSEN, D. Contrast sensitivity throughout adulthood. Vision Research, n. 23, p. 689-699, 1983.
PARK, D. C. et al. Agein reduce neural specialization in ventral visual cortex. Psychology, v. 101, n. 35, p. 13091-13095, 2004.
PEARSON, P. M. et al. Ganglion cell loss and age-related visual loss: a cortical pooling analysis. Optometri and Vision Science, v. 83, n. 7, p. 444-454, 2006.
PETERZELL, D. H.; WERNER, J. S.; KAPLAN, P. S. Individual differences in contrast sensitivity functions: Longitudinal study of 4-, 6- and 8-monthold human infants. Vision Research, n.35, p. 961-979, 1995.
SALTHOUSE, T. A. Attentional blocks are not responsible for agerelated slowing. Journal of Gerontology, n. 48, p. 263-270, 1993.
SANTOS, N. A.; FRANÇA, V. C. R. M. Sensibilidade ao contraste a grades senoidais de freqüências espaciais baixas em crianças. Estudos de Psicologia, v.25, n. 2, p.177-184, 2008.
SANTOS, N. A.; FRANÇA, V. C. R. M.; CRUZ, E. D. N. Percepção de padrões concêntricos em crianças de 8 a 13 Anos. Paidéia, v. 17, n. 37, p. 255-264, 2007.
SANTOS, N. A.; SIMAS, M. L. B. Função de sensibilidade ao contraste: indicador da percepção visual da forma e da resolução espacial. Psicologia: reflexão e crítica, v. 14, n.3, p. 589-597, 2001a.
SANTOS, N. A.; SIMAS, M. L. B. Percepção e processamento visual da forma: discutindo modelos teóricos atuais. Psicologia: reflexão e crítica, v. 14, n. 1, p. 151-160, 2001b.
SANTOS, N. A.; SIMAS, M. L. B. Processamento visual da forma: análise de sistema linear e alguns paradigmas psicofísicos. Psicologia: reflexão e crítica, v. 15, n. 3, p. 529-536, 2002.
SANTOS, N. A. et al. Mesopic radialfrequency contrast sensitivity function for youn-gand older adults. Brazilian Journal of Medical and Biological Research, n. 39,p. 791-794, 2006.
SCHADE, O. H. Electro-optical characteristics of television systems. 1. Characteristics of vision and visual systems. RCA Review, v. 9, p. 5-37, 1948.
SCHEFRIN, B. E. et al. Senescent changes in scotopic contrast sensitivity. Vision Research, v. 22, n. 390, p. 3728-3736, 1999.
SCHMOLESKY, M. T. et al. Degradation of stimulus selectivity of visual cortical cells in senescent rhesus monkeys. Nature Neuroscience,n. 3, p. 384-390, 2000.
SEKULER, R.; HUTMANN L. P. Spatial vision and aging. Contrast sensitivity. Journal of Gerontology, n. 35, p. 692-699, 1980.
SELWYN, E. W. H. The photographic and visual resolving power of lenses. Visual resolving power. Photographic Journal, v. 88B, p. 6-12, 1948.
SKALKA, H. W. Effect of age on Arden grating acuity. Journal of Ophtalmology, n.64, p. 21-23, 1980.
SOKOL, S.; DOMAR, A.; MOSKOWITZ, A. Utility of the Arden grating test in glaucoma screening: high false positive rate in normals over 50 years of age. Investigative Ophthalmology & Visual Science, n. 19, p. 1529-1533, 1980.
TRILLO, L.; GONZALO, L. M. Ageing of the human entorhinal cortex and subicular complex. Histology and Histopathology, v. 1, n. 7, p. 17-22, 1992.
WANG, Y. et al. Degradation of signal timing in cortical areas V1 and V2 of senescent monkeys. Cerebral Cortex, v. 15, n. 4, p. 403-408, 2005.
YU, S. et al. Functional degradation of extrastriate visual córtex in senescent rhesus monkeys. Neuroscience, n. 140, p. 1023-1029, 2006.