Revisão sobre Características de Meninos e Meninas que Praticam Bullying Escolar
Conteúdo do artigo principal
Resumo
O bullying escolar afeta a saúde e desenvolvimento de crianças e adolescentes. Este estudo objetivou descrever evidências sobre as características de meninos e meninas identificados como agressores(as) em situações de bullying. Trata-se de uma revisão da literatura que abarcou publicações entre 2015 e 2020, operacionalizada nas bases SciELO, Scopus, Web of Science e PsycINFO. Os dados foram extraídos de forma independente por dois revisores e submetidos à avaliação de qualidade metodológica. O corpus foi composto por 27 estudos primários. Verificou-se que meninos praticam mais bullying e estão mais engajados em agressões físicas. Meninas envolvem-se mais em violência do tipo verbal ou psicológica. Questões sociais/culturais são fatores consistentemente associados a tais diferenças. Sobre as consequências das agressões praticadas, agressores, independentemente do sexo, também podem apresentar problemas de saúde mental. Este estudo reúne evidências quantitativas sobre características de meninos e meninas que praticam bullying na escola. Diferenças/semelhanças devem ser consideradas em programas de intervenção antibullying.
Downloads
Detalhes do artigo
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Os direitos autorais dos artigos publicados na Revista Psicologia: Teoria e Prática pertencem aos autores, que concedem à Universidade Presbiteriana Mackenzie os direitos não exclusivos de publicação do conteúdo.
Referências
Aguiar, L. G. F., & Barrera, S. D. (2017). Manifestações de bullying em diferentes contextos escolares: Um estudo exploratório. Psicologia: Ciência e Profissão, 37(3), 669–682. https://doi.org/10.1590/1982-3703002922016
Akanni, O. O., Olashore, A. A., Osasona, S. O., & Uwadiae, E. (2020). Predictors of bullying reported by perpetrators in a sample of senior school students in Benin City, Nigeria. South African Journal of Psychiatry, 26, 1–8. http://dx.doi.org/10.4102/sajpsychiatry.v26i0.1359
Bjärehed, M., Thornberg, R., Wänström, L., & Gini, G. (2020). Mechanisms of moral disengagement and their associations with indirect bullying, direct bullying, and pro-aggressive bystander behavior. The Journal of Early Adolescence, 40(1), 28–55. https://doi.org/10.1177/0272431618824745
Bosa, M. R., Bohórquez, M. C. C., Olarte, C. F. P., & Malaver, J. K. S. (2018). Diferencias por sexo en la intimidación escolar y la resiliência en adolescentes. Psicologia Escolar e Educacional, 22(3), 519–526. https://doi.org/10.1590/2175-35392018039914
Cabral, J. C. C., Corrêa, M. A., Neves, V. T., Garcia-Dias, A. C., & Almeida, R. M. M. (2020). Do otimismo à agressão: cognições positivas preveem comportamento violento em homens. Avances en Psicología Latinoamericana, 38(1), 203–217. https://doi.org/10.12804/revistas.urosario.edu.co/apl/a.6853
Dervishi, E., Lala, M., & Ibrahimi, S. (2019). School bullying and symptoms of depression. Archives of Psychiatry and Psychotherapy, 21(2), 48–55. https://doi.org/10.12740/APP/103658
Dias, D., Rocha, M., & Mota, C. P. (2019). Bullying em adolescentes do 3° ciclo: Papel da vinculação aos pares no comportamento do agressor e da vítima. Revista Crítica de Ciências Sociais, 120, 79–104. https://doi.org/10.4000/rccs.9570
Donoghue, C., & Raia-Hawrylak, A. (2016). Moving beyond the emphasis on bullying: A generalized approach to peer aggression in high school. Children & Schools, 38(1), 30–39. https://doi.org/10.1093/cs/cdv042
Espinosa, L. M. C., Martínez, M. V., & Tarrés, A. P. (2021). Situación del bullying en España: leyes, prevención y atención. Revista Olhares, 9, 5–20. https://doi.org/10.34024/olhares.2021.v9.10622
Estévez, E., Jiménez, T. I., & Moreno, D. (2018). Aggressive behavior in adolescence as a predictor of personal, family, and school adjustment problems. Psicothema, 30(1), 66–73. https://doi.org/10.7334/psicothema2016.294
Fernández, C. M. G., Félix, E. M. R., & Ortega Ruiz, R. (2015). Explicative factors of face-to-face harassment and cyberbullying in a sample of primary students. Psicothema, 27(4), 347–353. https://doi.org/10.7334/psicothema2015.35
Garbin, C. A. S., Gatto, R. C. J. & Garbin, A. J. I. (2016). Prevalência de bullying em uma amostra representativa de adolescentes brasileiros. Archives of Health Investigation, 5(5), 256–261. https://doi.org/10.21270/archi.v5i5.1701
Garcés-Prettel, M., Santoya-Montes, Y., & Jiménez-Osorio, J. (2020). Influencia de la comunicación familiar y pedagógica en la violencia escolar. Comuniar, 28(63), 77–86. https://doi.org/10.3916/C63-2020-07
González, B. M. (2017). Prácticas de crianza y acoso escolar: Descripción en alumnado de educación básica. Innovación Educativa, 17(74), 125–141. http://www.scielo.org.mx/pdf/ie/v17n74/1665-2673-ie-17-74-00125.pdf
Guy, A., Lee, K., & Wolke, D. (2019). Comparisons between adolescent bullies, victims, and bully-victims on perceived popularity, social impact, and social preference. Frontiers in Psychiatry, 10, 868–868. https://doi.org/10.3389/fpsyt.2019.00868
Hultin, H., Ferrer-Wreder, L., Engström, K., Andersson, F., & Galanti, M. R. (2021). The importance of pedagogical and social school climate to bullying: A cross-sectional multilevel study of 94 Swedish schools. The Journal of School Health, 91(2), 111–124. https://doi.org/10.1111/josh.12980
Kretschmer, T., Veenstra, R., Deković, M., & Oldehinkel, A. J. (2017). Bullying development across adolescence, its antecedents, outcomes, and gender-specific patterns. Development and Psychopathology, 29(3), 941–955. https://doi.org/10.1017/S0954579416000596
León-del-Barco, B., Felipe-Castaño, E., Polo-del-Río, M. I., & Fajardo-Bullón, F. (2015). Aceptación-Rechazo parental y perfiles de victimización y agresión en situaciones de bullying. Anales de Psicología, 31(2), 600–606. https://dx.doi.org/10.6018/analesps.31.2.156391
Limber, S., Breivik, K., & Smith, P. K. (2021). Dan Olweus (1931-2020). International Journal of Bullying Prevention. https://doi.org/10.1007/s42380-021-00096-5
Marcolino, E. C., Calvacanti, A. L., Padilha, W. W. N., Miranda, F. A. N., & Clementino, F. S. (2018). Bullying: Prevalência e fatores associados à vitimização e à agressão no cotidiano escolar. Texto Contexto Enfermagem, 27(1), e5500016. https://doi.org/10.1590/0104-07072018005500016
Machimbarrena, J. M., & Garaigordobil, M. (2018). Bullying y cyberbullying: Diferenciais en función del sexo en estudiantes de quinto y sexto curso de educación primaria. Suma Psicológica, 25(2), 102–112. https://doi.org/10.14349/sumapsi.2018.v25.n2.2
Malta, D. C., Oliveira, W. A., Prates, E., Mello, F., Moutinho, C., & Silva, M. (2022). Bullying among Brazilian adolescents: evidence from the National Survey of School Health, Brazil, 2015 and 2019. Revista latino-americana de enfermagem, 30(spe), e3679. https://doi.org/10.1590/1518-8345.6278.3679
Martínez-Martínez, A., Castro-Sánchez, M., Rodríguez-Fernández, S., Zurita-Ortega, F., Chacón-Cuberos, R., & Espejo-Garcés, T. (2018). Violent behaviour, victimization, self-esteem and physical activity of Spanish adolescents according to place of residence: a structural equation model. Revista de Psicología Social, 33(1), 111–141. https://doi.org/10.1080/02134748.2017.1385242
Monteiro, R. P., Medeiros, E. D., Pimentel, C. E., Soares, A. K. S., Medeiros, H. A., & Gouveia, V. V. (2017). Valores humanos e bullying: Idade e sexo moderam essa relação? Temas em Psicologia, 25(3), 1317– 1328. https://doi.org/10.9788/TP2017.3-18Pt
Moola, S., Munn, Z., Tufanaru, C., Aromataris, E., Sears, K. . . . Um, P-F. (2017). Systematic reviews of etiology and risk. In E. Aromataris, & Z. Munn (Editors), Joanna Briggs Institute reviewer’s manual (chapter 7). Londres: The Joanna Briggs Institute. https://reviewersmanual.joannabriggs.org/
Olweus, D. (2013). School bullying: development and some important challenges. Annual Review of Clinical Psychology, 9(1), 751–780. https://doi.org/10.1146/annurev-clinpsy-050212-185516
Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura [UNESCO] (2019). Violência escolar e bullying: Relatório sobre a situação mundial. Paris: Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura. https://unesdoc.unesco.org/ark:/48223/pf0000368092
Queirós, A. N., & Vagos, P. (2016). Measures of aggression and victimization in Portuguese adolescents: Cross-cultural validation of the revised peer experience questionnaire. Psychological Assessment, 28(10), 141–151. https://doi.org/10.1037/pas0000363
Reisen, A., Viana, M. C., & Santos-Neto, E. T. D. (2019). Bullying among adolescents: Are the victims also perpetrators? Brazilian Journal of Psychiatry, 41(6), 518–529. https://doi.org/10.1590/1516-4446-2018-0246
Romera, E. M., Bravo, A., Ortega-Ruiz, R., & Veenstra, R. (2019a). Differences in perceived popularity and social preference between bullying roles and class norms. Plos One, 14(10), e0223499. https://doi.org/10.1371/journal.pone.0223499
Romera, E. M., Ortega-Ruiz, R., Rodríguez-Barbero, S., & Falla, D. (2019b). How do you think the victims of bullying feel? A study of moral emotions in primary school. Frontiers in Psychology, 10, 1753. https://doi.org/10.3389/fpsyg.2019.01753
Rosário, A. C., Candeias, A., & Melo, M. (2017). Violência entre pares na adolescência: Um estudo com estudantes no início e no final do 3º ciclo do ensino básico. Psicologia, 31(2), 57–68. https://doi.org/10.17575/rpsicol.v31i2.115
Rose, C. A., Nickerson, A. B., & Stormont, M. (2015). Advancing bullying research from a social-ecological lens: An introduction to the special issue. School Psychology Review, 44(4), 339–352. https://doi.org/10.17105/15-0134.1
Sampaio, J. M. C., Santos, G. V., Oliveira, W. A., Silva, J. L., Medeiros, M., & Silva, M. A. I. (2015). Emotions of students involved in cases of bullying. Texto & Contexto Enfermagem, 24(2), 344–352. https://doi.org/10.1590/0104-07072015003430013
Serra-Negra, J. M., Paiva, S. M., Bendo, C. B., Fulgêncio, L. B., Lage, C. F., Corrêa-Faria, P., & Pordeus, I. A. (2015). Verbal school bullying and life satisfaction among Brazilian adolescents: Profiles of the aggressor and the victim. Comprehensive Psychiatry, 57, 132–139. https://doi.org/10.1016/j.comppsych.2014.11.004
Shahrour, G., Dardas, L. A., Al-Khayat, A., & Al-Qasem, A. (2020). Prevalence, correlates, and experiences of school bullying among adolescents: A national study in Jordan. School Psychology International, 41(5), 430–453. https://doi.org/10.1177/0143034320943923
Silva, C. S. & Costa, B. L. D. (2016). Opressão nas escolas: O bullying entre estudantes do ensino básico. Cadernos de Pesquisa, 46(161), 638–663. https://doi.org/10.1590/198053143888
Silva, D., Tavares, E., Silva, E., Duarte, J., Cabral, L., & Martins, C. (2017). Vítimas e agressores: manifestações de bullying em alunos do 6º ao 9º ano de escolaridade. Revista Portuguesa de Enfermagem de Saúde Mental, (Spe. 5), 57–62. http://dx.doi.org/10.19131/rpesm.0168
Silva, J. L., Oliveira, W. A., Bono, E. L., Dib, M. A., Bazon, M. R., & Silva, M. A. I. (2016). Associações entre bullying escolar e conduta infracional: Revisão sistemática de estudos longitudinais. Psicologia: Teoria e Pesquisa, 32(1), 81–90. https://doi.org/10.1590/0102-37722016012241081090
Silva, J. L., Oliveira, W. A., Mello, F. C. M., Prado, R. R., Silva, M. A. I., & Malta, D. C. (2019). Prevalência da prática de bullying referida por estudantes brasileiros: Dados da Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar, 2015. Epidemiologia e Serviços de Saúde, 28(2), e2018178. http://dx.doi.org/10.5123/s1679-49742019000200005
Silva, M. A. I., Pereira, B., Mendonca, D., Nunes, B., & Oliveira, W. A. (2013). The involvement of girls and boys with bullying: An analysis of gender differences. International Journal of Environmental Research and Public Health, 10(12), 6820–6831. https://doi.org/10.3390/ijerph10126820
Silva, R. N., Brandão, M. A. G., & Ferreira, M. A. (2020). Integrative review as a method to generate or to test nursing theory. Nursing Science Quarterly, 33(3), 258–263. https://doi.org/10.1177/0894318420920602
Silva-Rocha, N., Soares, S., Brochado, S., & Fraga, S. (2019). Bullying involvement, family background, school life, and well-being feelings among adolescents. Journal of Public Health, 28, 481–489. https://doi.org/10.1007/s10389-019-01076-2
Umoke, P. C. I., Umoke, M., Ugwuanyi, C. S., Okeke, C. I. O., Eseadi, C., Onuorah, A. R., . . . & Otu, M. S. (2020). Bullying experience of pupils in Nigerian primary schools. Medicine, 99(39), e22409. http://dx.doi.org/10.1097/MD.0000000000022409
Vega López, M. G., & González Pérez, G. J. (2016). Bullying en la escuela secundaria. Factores que disuaden o refuerzan el comportamiento agresor de los adolescentes. Revista Mexicana de Investigación Educativa, 21, 1165–1189. http://www.scielo.org.mx/pdf/rmie/v21n71/1405-6666-rmie-21-71-01165.pdf
Zequinão, M. A., Medeiros, P., Pereira, B., & Cardoso, F. L. (2016). Bullying escolar: Um fenômeno multifacetado. Educação e Pesquisa, 42(1), 181–198. https://doi.org/10.1590/S1517-9702201603138354
Zequinão, M. A., Medeiros, P. de, Silva, J. L., Pereira, B. O., & Cardoso, F. L. (2020). Sociometric status of participants involved in school bullying. Paidéia, 30, e3011. https://doi.org/10.1590/1982-4327e3011