Barreira pandêmica à acessibilidade

Do direito ao medo na cidade contemporânea

Resumo

Este artigo discute como a apropriação dos espaços da cidade tem sido modificada com a pandemia da Covid-19, estendendo a discussão das barreiras à acessibilidade para questões de segurança sanitária. É apresentado um panorama brasileiro de como a pessoa com deficiência está inserida nas dinâmicas da vida urbana e em relação ao período de proliferação da pandemia de Covid-19. A base teórica é apoiada nos textos de Bauman (2009), Lefebvre (2001), Jacobs (2011), Gehl (2015), Castells (2020), Agamben et al. (2020) e Morin (2020). As discussões apontaram para formas crescentes de exclusão social em relação às diferentes apresentações das deficiências nas camadas sociais da população brasileira. A pandemia agravou problemas urbanos anteriores, explicitando a crise de segurança sanitária no Brasil e a falta de acessibilidade à informação consistente por parte dessas pessoas para sua proteção e prevenção à doença. Diante das incertezas que permeiam a atualidade, o futuro pós-pandêmico ainda não se apresenta como cenário promissor. Resta-nos a esperança da mudança para melhores condições de segurança sanitária, de acesso à informação e de uma nova mentalidade voltada às políticas de assistência à pessoa com deficiência, voltadas à inclusão social e urbana.