Decadência com elegância
Estética e consumo da habitação em tempos de crise
DOI:
https://doi.org/10.5935/cadernospos.v20n2p24-40Palavras-chave:
Decadência; Estética; Consumo; Habitação; Áreas pós-industriais.Resumo
Frente a uma crise global e disciplinar, parte da cultura arquitetônica e urbanística contemporânea persegue um “senso de economia”. Esse mesmo senso poderia se relacionar com a precariedade ou com a “atmosfera precária” observada em refuncionalizações de edifícios abandonados em áreas degradadas? Como a precariedade, o provisório, a decadência, a obsolescência “atravessam” as disciplinas arquitetônicas e urbanísticas, suas regras e seus modi operandi? Como esses conceitos operam sobre a realidade e são moldados por ela? Guiado por estas questões, o estudo ensaia uma reflexão sobre o “precário” como fenômeno estético e de consumo e avalia como este impacta a oferta habitacional em requalificações de áreas pós-industriais. São discutidas a origem do fenômeno, sua incidência sobre as disciplinas e sua cooptação pelo sistema de consumo que, ao criar o desejo de viver “o e no precário”, condiciona a oferta de habitação e processos de gentrificação urbana. Espera-se que a reflexão amplie discussões sobre a condição contemporânea da Arquitetura e Urbanismo.
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