Relações entre Autenticidade e Cultura Organizacional: O Agir Autêntico no Ambiente Organizacional

Autores

  • Germano Glufke Reis Professor da FGV/EAESP e professor e pesquisador do programa de mestrado em administração da FMU
  • Marcia Carvalho de Azevedo Universidade Federal de São Paulo

Palavras-chave:

Cultura organizacional. Tipos culturais. Autenticidade no trabalho. Carreiras. Comportamento autêntico.

Resumo

A possibilidade de agir de modo autêntico no trabalho condiz com perspectivas de carreira que tenham maior significado e sentido para as pessoas, alinhando-se a seus valores e aspirações. O comportamento autêntico, ou autenticidade, envolve um modo de agir e expressar-se que é consistente com crenças e experiências pessoais. As interações do adulto na vida em sociedade impõem, contudo, limites ao comportamento autêntico. Considerando que a cultura de uma organização influencia os comportamentos dos seus profissionais, o objetivo deste trabalho foi investigar as relações entre tipos culturais e o agir autêntico das pessoas nas empresas. Para isso foi realizado um survey junto a uma amostra de 199 profissionais que atuam em diferentes empresas e níveis hierárquicos. A coleta de dados foi realizada por meio de questionários aplicados em cursos de graduação e pós-graduação em administração de empresas. Os resultados da pesquisa indicaram que determinados perfis de cultura organizacional (cultura clã e cultura inovativa) estão positivamente relacionados à autenticidade no trabalho, tendendo a favorecer a expressão de autenticidade. Outros perfis de cultura organizacional (cultura de resultado e cultura hierárquica) estão negativamente relacionados, podendo inibir a expressão de autenticidade. Observou-se, ainda, que a posição de chefia está associada a maiores escores de autenticidade no trabalho, independentemente do tipo de cultura organizacional. O estudo oferece uma contribuição teórico-empírica ao explorar as relações entre cultura organizacional e autenticidade, situando a primeira como antecedente da segunda. Ele também aporta considerações relevantes para as organizações e gestores, ao indicar o modo como determinadas características das empresas podem impactar a autenticidade das pessoas. Também incita reflexões úteis para os profissionais em geral, no que diz respeito à identificação dos tipos de empresas que melhor se alinham às suas aspirações quanto ao agir autêntico no trabalho. Alguns limites deste estudo devem ser lembrados. Um primeiro aspecto a mencionar é a composição da amostra, que poderia ser ampliada; além disso, o fato de não ser aleatória não permite que haja generalização dos resultados obtidos. Novos estudos poderiam também testar a ação combinada e interativa entre os tipos culturais e o efeito mediador de características pessoais.

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Biografia do Autor

Germano Glufke Reis, Professor da FGV/EAESP e professor e pesquisador do programa de mestrado em administração da FMU

Doutor em administração pela FEA-USP com período sanduíche na Universidade de Cambridge, Inglaterra. Mestre em administração pela FGV-EAESP, psicólogo pela UnB. Professor da FGV/EAESP e professor e pesquisador do programa de mestrado em administração da FMU. Coordena o curso de extensão "Gestão de pessoas: políticas e práticas contemporâneas" . É integrante do NEOP - Núcleo de Estudos em Organizações e Pessoas da FGV/EAESP e editor científico da revista Internext. Seus interesses de pesquisa são liderança, cultura e internacionalização de empresas.

Marcia Carvalho de Azevedo, Universidade Federal de São Paulo

Possui graduação em Psicologia pela Universidade de Brasília, é mestre e doutora em Administração de Empresas pela Fundação Getúlio Vargas. Atualmente é professora da Universidade Federal de São Paulo, atuando principalmente nos seguintes temas: relações de trabalho, novas tecnologias e estrutura organizacional. 

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Publicado

2015-12-16

Edição

Seção

Fórum Especial Temático Sobre a Construção do Percurso na Vida Laboral e suas Múltiplas Dimensões