O efeito de valores pessoais nas atitudes frente a estilos de liderança

Autores

  • Ana Márcia de Oliveira Fonseca Instituto de Psicologia da Universidade de Brasília
  • Juliana Barreiros Porto Instituto de Psicologia da Universidade de Brasília
  • Aline Cavalcanti Barroso Instituto de Psicologia da Universidade de Brasília

Palavras-chave:

Valores, Atitude, Liderança, Transformacional, Transacional

Resumo

Segundo a Teoria dos Valores Humanos, valores são metas transituacionais norteadoras da vida do indivíduo e se agrupam em 10 tipos motivacionais: realização, poder, segurança, conformidade, tradição, benevolência, universalismo, autodeterminação, estimulação e hedonismo. São construtos abstratos que podem influenciar outros mais específicos, como atitudes, entendidas como tendências psicológicas em avaliar uma entidade particular com algum grau de favorabilidade ou desfavorabilidade. O objetivo deste estudo foi mensurar o efeito dos valores nas atitudes dos indivíduos em relação aos estilos de liderança transformacional e transacional. O primeiro estilo é caracterizado por inspirar os liderados e levá-los a transcender o próprio interesse pelo bem da organização. Já o segundo baseia-se em negociar trocas e punir desempenhos aquém do esperado. Um questionário foi aplicado a 324 profissionais da cidade de Brasília, sendo 88,5% de órgãos públicos, 76% homens, com idade média de 33,36 anos (DP= 8,67). Valores pessoais foram mensurados com a versão reduzida do questionário de Perfis de Valores Pessoais (PQ21), a desejabilidade social com a escala de Marlowe-Crowne, e as atitudes com a escala de atitudes frente a estilos de liderança. Análises apontaram que as duas atitudes estavam positivamente relacionadas, embora aquela frente à liderança transformacional tenha obtido maiores índices de favorabilidade. A atitude frente ao estilo transformacional teve correlação positiva com universalismo, benevolência e autodeterminação e negativa com poder, realização e tradição. Já a atitude frente ao estilo transacional relacionou-se positivamente com autodeterminação e negativamente com poder, realização e tradição. Na regressão hierárquica para a liderança transformacional, após controle de variáveis sócio-demográficas e da desejabilidade social, a inclusão dos valores trouxe mudança no R2 de 0,17, sendo que universalismo, poder, tradição e hedonismo foram preditores significativos dessa atitude. Já para a liderança transacional, a mudança no R2 foi de 0,06, não havendo contribuição significativa de nenhum valor em específico. No geral, os resultados indicam que a atitude frente à liderança transformacional é mais influenciada por valores, apontando caminhos para gestores interessados em promover esse estilo de liderança. Sugere-se a replicação do estudo em outros contextos e com a inclusão da variável comportamento gerencial.

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Biografia do Autor

Ana Márcia de Oliveira Fonseca, Instituto de Psicologia da Universidade de Brasília

É mestranda em Psicologia Social, do Trabalho e das Organizações da Universidade de Brasília. Atualmente é analista do Banco Central do Brasil. Tem interesse pelos seguintes temas: valores pessoais, organizacionais e culturais, atitudes, liderança e comunicação organizacional.


Juliana Barreiros Porto, Instituto de Psicologia da Universidade de Brasília

É doutora em Psicologia pela Universidade de Brasília. Atualmente é professora adjunta do Departamento de Psicologia Social e do Trabalho e do programa de pós-graduação em Psicologia Social, do Trabalho e das Organizações da Universidade de Brasília. Tem interesse pelos seguintes temas: valores pessoais, organizacionais e culturais e comportamentos extra-papel.

Aline Cavalcanti Barroso, Instituto de Psicologia da Universidade de Brasília

É graduanda em Psicologia pela Universidade de Brasília. Tem interesse pelos seguintes temas: valores, atitudes, liderança e pesquisa transcultural.

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Publicado

2012-03-30