Compreendendo relações entre a dinâmica evolutiva do campo da carcinicultura do Rio Grande do Norte e as estratégias adotadas pelos seus atores
Palavras-chave:
Teoria Institucional, Campo Organizacional, Abordagens Sociológicas, Estratégias Organizacionais, Carcinicultura.Resumo
Esse estudo teve como objetivo compreender as relações existentes entre a dinâmica de formação/estruturação de um Campo Organizacional e as estratégias adotadas por seus atores. Para tanto, realizou-se uma pesquisa longitudinal no campo da carcinicultura – agronegócio do camarão - do Rio Grande do Norte (RN). Para operacionalizar a pesquisa, efetuou-se a coleta de informações múltiplas e plurais, com a adoção de diferentes instrumentos de pesquisa, com destaque para a observação direta, para as entrevistas semiestruturadas, procedidas com diferentes atores do campo (empresas, cooperativas, associações de classe, universidades e governo), e, ainda, para um amplo acervo de dados secundários. A partir da análise de dados, realizada de acordo com os direcionamentos de Bardin (2004), observou-se que, conforme se pressupunha, campo e estratégias têm se relacionado de modo recursivo, o que reafirma a inoperância de relações causais que considerem apenas a influência de um destes elementos sobre o outro. No que tange mais especificamente à formação/estruturação do campo, percebeu-se que, em nenhum momento dos trinta e cinco anos abrangidos pela pesquisa – desde a gênese do campo, em 1973, até 2008 – a carcinicultura do RN obteve o nível mais elevado de institucionalização. E, não obstante, que, atualmente, em função de fatores políticos, culturais, econômicos e, sobretudo, da trajetória particular do próprio campo – da qual as estratégias mostraram ser parte fundamental -, a carcinicultura do RN evidencia um baixo nível de institucionalização. Este fato tem uma íntima relação com as estratégias identificadas, posto que, tendo sido edificado, historicamente, sobre o tripé: desconfiança – oportunismo - rivalidade, o campo acabou se tornando um palco propício para a adoção de estratégias tardias e desprovidas de um comprometimento coletivo; bastante frágeis no sentido de alavancar o desenvolvimento contínuo da atividade carcinicultora. Um fato que, somado a tantas outras evidências, sinaliza que a carcinicultura do RN consiste em mais um caso no qual a ação não é tão racional quanto promete ser e que revigora o valor de abordagens contextualizadas que apreendam as relações sociais nas quais as organizações estão imersas.
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