Us gaap x normas brasileiras: mensuração do impacto das diferenças de normas no lucro duplamente reportado pelas empresas brasileiras emissoras de adrs na nyse

Autores

  • Edilene Santana Santos FGV
  • Joanília Neide Sales Cia USP
  • Josilmar Cordenonssi Cia Universidade Presbiteriana Mackenzie

Palavras-chave:

Contabilidade internacional, US GAAP, BR GAAP, Normas Contábeis Brasileiras, Índice de Conservadorismo

Resumo

A falta de um conjunto único de normas contábeis válido para todos os países pode conduzir a resultados conflitantes. Por exemplo, entre as emissoras brasileiras de ADRs

 

(American Depositary Receipts) na NYSE (New York Stock Exchange), a CEMIG apresentou em 2002 um prejuízo de R$ 12 milhões conforme as normas americanas (US GAAP) e, sob as normas brasileiras, um prejuízo de R$ 1 bilhão (ou seja, 83 vezes maior). Também a CSN apresentou no mesmo ano um lucro de R$ 6 milhões conforme os US GAAP (United States Generally Accepted Accounting Principles), contra um prejuízo de R$ 218 milhões conforme as normas brasileiras (ou seja, 30 vezes maior). Este estudo objetiva verificar se diferenças entre as normas contábeis brasileira e norte-americana (US GAAP) geram impacto significativo no resultado duplamente reportado no Formulário 20F pelas 30 emissoras brasileiras de ADRs na NYSE. Para mensurar o efeito dessas diferenças normativas no resultado foi utilizado o “Índice de Conservadorismo” (IC) de Gray, que mede o quanto um sistema contábil nacional gera lucros menores (“é conservador”) ou maiores (“é otimista”) em relação aos US GAAP. A média e a mediana do IC no período 2001 a 2005 indicaram conservadorismo das normas brasileiras, não confirmado pelo teste t-Student, mas corroborado pelo teste de Wilcoxon a 10% de significância. Dividindo-se em dois subperíodos, obteve-se um IC médio de 1,2 para 2001-2002 (significativo a 3,3%) e de 0,86 para 2003-2005 (significativo a 3%), indicando uma disparidade de comportamento: a contabilidade brasileira mostra-se mais otimista que os US GAAP até 2002, passando a mais conservadora a partir de 2003 até 2005.

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Biografia do Autor

Edilene Santana Santos, FGV

Doutora em Controladoria e Contabilidade pela Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo

Professora  da Escola de Administração de Empresas de São Paulo da Fundação Getúlio Vargas

Joanília Neide Sales Cia, USP

Doutora em Administração de Empresas pela Escola de Administração de Empresas de São Paulo da Fundação Getulio Vargas

Professora da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo

Josilmar Cordenonssi Cia, Universidade Presbiteriana Mackenzie

Doutor em Administração de Empresas pela Escola de Administração de Empresas de São Paulo da Fundação Getulio Vargas

Professor do Centro de Ciências Sociais e Aplicadas da Universidade Presbiteriana Mackenzie

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Publicado

2010-03-04

Edição

Seção

Finanças Estratégicas