Institutional Work e Conhecimento em Redes Interorganizacionais: Uma Proposta para Investigar APLS

Autores

  • Márcio Jacometti Universidade Tecnológica Federal do Paraná/Campus Cornélio Procópio
  • Sandro Aparecido Gonçalves Universidade Federal do Paraná
  • Marcos de Castro Universidade Estadual do Centro-Oeste

Palavras-chave:

Institutional work. Conhecimento difundido. Redes interorganizacionais. Arranjos Produtivos Locais. Institucionalização.

Resumo

O presente artigo tem por objetivo apresentar um esquema de análise de Arranjos Produtivos Locais (APLs) pela via das perspectivas institucional e de redes para avaliar a institucionalização do modelo APL em aglomerações de empresas. Ao longo da base teórica do trabalho é proposto um conjunto de treze hipóteses que exploram novas relações entre os constructos utilizados na análise. Os argumentos se fundamentam em pressupostos institucionalistas e introduzem a lógica da mudança a partir do institutional work de atores imersos numa rede interorganizacional que trocam conhecimento por meio da relação social. O esquema de análise, definido como microprocedimento da institucionalização, é construído a partir da aceitação, implementação, internalização e difusão de padrões, ações sociais e conhecimentos; levando em conta a influência dos contextos institucional e relacional no nível do campo organizacional. A metodologia para tratamento empírico do modelo propõe iniciar a investigação mediante uma base qualitativa por meio da análise de conteúdo temática das fontes da pesquisa no nível do campo; e o cruzamento destes dados no nível dos atores imersos com o uso de ferramentas quantitativas. Assim, a pesquisa caracteriza-se como estudo de caso múltiplo comparativo, onde casos individuais são estudados e comparados para manifestar características similares ou contrastantes e alcançar uma melhor compreensão do fenômeno. A utilização do modelo teórico desenvolvido poderá explicar como a institucionalização acontece numa lógica bottom-up em detrimento de uma visão determinista baseada somente no contexto institucional. O esquema de análise revela-se consistente, original e adequado para avaliar a institucionalização em APLs, bem como para testar empiricamente as hipóteses apresentadas. Essa abordagem mais centrada na agência, levando em conta as influências do contexto institucional e o caráter de sua lógica evolucionista, se coaduna com a sociologia compreensiva weberiana e denota uma coerência com os pressupostos epistemológicos do construtivismo social, resultando na necessária utilização de vários métodos de pesquisa. Na conclusão, além de suas contribuições, o artigo apresenta uma agenda de pesquisa sobre institucionalização em APLs e outros objetos de pesquisa; e propõe o teste empírico do modelo e de outras teorias institucionalistas.

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Biografia do Autor

Márcio Jacometti, Universidade Tecnológica Federal do Paraná/Campus Cornélio Procópio

Graduado em Licenciatura em Ciências (1992) com Habilitação em Física (1994) e Matemática (1995) pela Universidade Estadual do Norte do Paraná/Câmpus Cornélio Procópio, Mestre (2002) e Doutor em Administração pela Universidade Federal do Paraná (2013). Professor do Ensino Básico, Técnico e Tecnológico da UTFPR/Campus Cornélio Procópio, desde 1996, implementou e coordenou o Programa de Empreendedorismo e Inovação, de 2002 a 2010; e presidiu a Rede Paranaense de Incubadoras e Parques Tecnológicos de 2008 a 2009. Como experiência anterior, foi funcionário do Banco do Brasil de 1988 a 1998, tendo atuado com formação de recursos humanos na área de qualidade, atendimento ao público e gerência de equipe. Atualmente desenvolve trabalhos na área de Administração, atuando no ensino, na pesquisa e na extensão nos seguintes temas: teoria institucional, empreendedorismo, arranjos produtivos locais, difusão de conhecimento em redes interorganizacionais, incubadoras de empresas, estratégia, estudos organizacionais, qualidade total e gestão educacional.

Sandro Aparecido Gonçalves, Universidade Federal do Paraná

Possui graduação em Ciências Contábeis pela Universidade de São Paulo (1993), Mestrado em Administração pela Universidade Federal do Paraná (1998) e Doutorado em Administração de Empresas pela EAESP/FGV (2006). Tem experiência na área de Administração, com ênfase em Organizações e Estratégia, tratando principalmente dos seguintes temas: teoria institucional, persistência e mudança organizacional e redes sociais, com destaque para organizações em rede e Arranjos Produtivos Locais. Docente do Departamento de Administração Geral e Aplicada e do Programa de Pós-Graduação em Administração da Universidade Federal do Paraná. Além disso possui interesse em estudos autônomos sobre cognição e decisão e epistemologia.

Marcos de Castro, Universidade Estadual do Centro-Oeste

Possui graduação em Administração e Especialização em Administração de Recursos Humanos pela Unicentro. Mestrado e Doutorado em Administração pela Universidade Federal do Paraná. Atualmente é professor Adjunto no departamento de Administração Unicentro. Líder do Grupo de Pesquisa e Estudos em Estratégia e Organizações. Docente do PPGADM/Unicentro (Programa de Mestrado Profissional em Administração da Unicentro) Atua como pesquisador em temas relacionados à cooperação interorganizacional, redes, aglomerações produtivas e temas correlatos.

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Publicado

2014-11-04

Edição

Seção

Edição Especial Estudos Organizacionais Brasileiros: As Melhores Produções Científicas do EnEO 2014