Gestão Social Sob a Lente Estruturacionista

Autores

  • Miguel Rivera Peres Jr. Universidade Federal de Lavras, MG
  • José Roberto Pereira Universidade Federal de Lavras, MG
  • Lucas Canestri Oliveira Universidade Federal de Lavras, MG

Palavras-chave:

Gestão Social, Teoria da Estruturação, Práticas sociais, Sistema Deliberativo, Dualidade da estrutura

Resumo

A Gestão Social – como campo de estudo e como prática social – tem buscado se consolidar como um tipo de gestão pública não estatal, em que a sociedade é a protagonista da ação. Grande parte dos estudos da área fundamenta-se na perspectiva crítica, em especial na teoria da ação comunicativa de Habermas. Pretende-se, aqui, indicar um novo caminho teórico para a análise da Gestão Social, fundamentado na Teoria da Estruturação, proposta pelo sociólogo inglês Anthony Giddens. Tendo entre seus principais pressupostos a dualidade da estrutura (a estrutura é, ao mesmo tempo, meio e resultado da ação) e o reconhecimento da ação humana como intencional, reflexiva e cognoscitiva, entende-se que a perspectiva estruturacionista fornece subsídios consistentes para a compreensão das práticas de Gestão Social, especialmente, no que diz respeito ao processo de estruturação do sistema deliberativo e da formação da esfera pública, bases de sustentação teórica da Gestão Social. Para viabilizar essa nova abordagem, este artigo propõe um arcabouço teórico que incorpora o sistema deliberativo de Mansbridge (1999) ao modelo estruturacionista multidimensional de sistemas sociais de Whittington (1992). Nesse arcabouço, à semelhança do que foi estabelecido por Whittington (1992) para os demais sistemas sociais, são definidos as regras e recursos básicos (as propriedades estruturadas na perspectiva giddensiana) do sistema deliberativo, respectivamente, argumentação deliberativa e participação dialógica. O arcabouço sugere, ainda, que essas propriedades são, simultaneamente, meio e resultado das práticas de gestão social (entendida como ação gerencial dialógica) configurando aquela que é a concepção central da Teoria da Estruturação: a noção de dualidade da estrutura. Com seu framework, Whittington (1992) entende que está “colocando Giddens em ação”, contribuindo para que a Teoria da Estruturação seja utilizada em pesquisas empíricas, não se restringindo às discussões ontológicas. Com a agregação de um sistema deliberativo a esse modelo, acredita-se que se possa contribuir para a consolidação da Gestão Social, estabelecendo uma interface teórica profícua com a Teoria da Estruturação.

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Biografia do Autor

Miguel Rivera Peres Jr., Universidade Federal de Lavras, MG

Doutorando do Prog. de Pós-Graduação em Administração da Univ. Federal de Lavras, MG; professor do Inst. Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Minas Gerais - Campus Formiga; tem interesse nas áreas de gestão social e empreendedorismo.

José Roberto Pereira, Universidade Federal de Lavras, MG

Doutor em Sociologia pela Universidade de Brasília; professor associado da Univ. Federal de Lavras, MG; tem interesse nas áreas de gestão pública, gestão social e teorias da ação coletiva.

Lucas Canestri Oliveira, Universidade Federal de Lavras, MG

Mestrando do Prog. de Pós-Graduação em Administração da Univ. Federal de Lavras, MG.

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Publicado

2013-10-03

Edição

Seção

Fórum Especial Temático sobre Gestão Social