Compreendendo relações entre a dinâmica evolutiva do campo da carcinicultura do Rio Grande do Norte e as estratégias adotadas pelos seus atores

Autores

  • José Augusto Lacerda Fernandes Curso de Administração da Faculdade Ipiranga
  • Fernando Dias Lopes Programa de Pós-Graduação em Administração da Universidade Federal do Rio Grande do Sul
  • Fernando Luiz Emerenciano Viana Centro de Ciências Administrativas da Universidade de Fortaleza

Palavras-chave:

Teoria Institucional, Campo Organizacional, Abordagens Sociológicas, Estratégias Organizacionais, Carcinicultura.

Resumo

Esse estudo teve como objetivo compreender as relações existentes entre a dinâmica de formação/estruturação de um Campo Organizacional e as estratégias adotadas por seus atores. Para tanto, realizou-se uma pesquisa longitudinal no campo da carcinicultura – agronegócio do camarão - do Rio Grande do Norte (RN). Para operacionalizar a pesquisa, efetuou-se a coleta de informações múltiplas e plurais, com a adoção de diferentes instrumentos de pesquisa, com destaque para a observação direta, para as entrevistas semiestruturadas, procedidas com diferentes atores do campo (empresas, cooperativas, associações de classe, universidades e governo), e, ainda, para um amplo acervo de dados secundários. A partir da análise de dados, realizada de acordo com os direcionamentos de Bardin (2004), observou-se que, conforme se pressupunha, campo e estratégias têm se relacionado de modo recursivo, o que reafirma a inoperância de relações causais que considerem apenas a influência de um destes elementos sobre o outro. No que tange mais especificamente à formação/estruturação do campo, percebeu-se que, em nenhum momento dos trinta e cinco anos abrangidos pela pesquisa – desde a gênese do campo, em 1973, até 2008 – a carcinicultura do RN obteve o nível mais elevado de institucionalização. E, não obstante, que, atualmente, em função de fatores políticos, culturais, econômicos e, sobretudo, da trajetória particular do próprio campo – da qual as estratégias mostraram ser parte fundamental -, a carcinicultura do RN evidencia um baixo nível de institucionalização. Este fato tem uma íntima relação com as estratégias identificadas, posto que, tendo sido edificado, historicamente, sobre o tripé: desconfiança – oportunismo - rivalidade, o campo acabou se tornando um palco propício para a adoção de estratégias tardias e desprovidas de um comprometimento coletivo; bastante frágeis no sentido de alavancar o desenvolvimento contínuo da atividade carcinicultora. Um fato que, somado a tantas outras evidências, sinaliza que a carcinicultura do RN consiste em mais um caso no qual a ação não é tão racional quanto promete ser e que revigora o valor de abordagens contextualizadas que apreendam as relações sociais nas quais as organizações estão imersas.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

José Augusto Lacerda Fernandes, Curso de Administração da Faculdade Ipiranga

Doutorando pelo Programa  em Desenvolvimento Sustentável do Núcleo de Altos Estudos Amazônicos da Universidade Federal do Pará

Professor do Curso de Administração da Faculdade Ipiranga

Fernando Dias Lopes, Programa de Pós-Graduação em Administração da Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Doutor em Administração pelo Programa de Pós-Graduação em Administração da Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Professor do Programa de Pós-Graduação em Administração da Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Fernando Luiz Emerenciano Viana, Centro de Ciências Administrativas da Universidade de Fortaleza

Doutor em Administração pelo Programa de Pós-Graduação em Administração da Universidade Federal do Rio Grande do Norte

Professor do Centro de Ciências Administrativas da Universidade de Fortaleza 

Downloads

Publicado

2011-09-20

Edição

Seção

Fórum Especial Temático sobre Perspectivas Sociológicas da Estratégia em Organizações