Estudo exploratório sobre o conhecimento do transtorno do déficit de atenção e hiperatividade entre professores de escolas públicas e privadas da cidade de São Paulo
Resumen
Segundo o DSM-IV-TR o Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade (TDAH) é caracterizado por um padrão de desatenção e/ou hiperatividade persistente e mais grave do que aquele observado em indivíduos com nível equivalente de desenvolvimento. Dentre os prejuízos que o TDAH pode ocasionar está o educacional. Observa-se que alunos com TDAH apresentam maior probabilidade de abandono escolar, maior chance de repetência, suspensão e expulsão.
Além disso, tais alunos possuem, em média, menos anos de estudo e pior desempenho em testes de aritmética e leitura quando comparados com outras crianças. Em função da importância da prática docente no processo de aprendizado e da necessidade de adequação deste processo às diferenças no ambiente escolar, tem-se como objetivo desta pesquisa identificar o conhecimento e as idéias associadas ao TDAH em professores de ensino fundamental de escolas particulares e públicas. Participaram deste estudo 31 professores do ensino fundamental I e II da cidade de São Paulo (16 professores de 2 escolas públicas e 15 de 2 escolas particulares). A coleta de dados possuiu dois momentos, no primeiro foi utilizada a técnica de evocações livres para três termos significativos: (1) hiperatividade; (2) desatenção, e (3) déficit de atenção e hiperatividade. No segundo, foi utilizada uma entrevista semi-dirigida com seis questões cujo objetivo era verificar o grau de conhecimento dos professores sobre o TDAH. Ao analisar os resultados, é possível constatar que existe uma carência de informações dos professores a respeito do transtorno, bem como a falta de métodos ou estratégias específicas para a inclusão dessas crianças no processo educacional. Observa-se que isso ocorre tanto nas escolas privadas quanto nas públicas. Os professores demonstraram grande dificuldade em lidar com os comportamentos dessas crianças dentro da sala de aula e não relatam estratégias particulares ou institucionais para esta intervenção. Deste modo, desenvolver projetos para elaboração de métodos específicos de manejo e divulgar informações sobre o transtorno pode capacitar profissionais, tornando-os muito mais eficientes no processo de inclusão, integração e aprendizado efetivo, além de orientação das famílias e no esclarecimento da sociedade em geral.