Síndrome de Down: destreza manual e escrita

Autores

  • Nadja Moreira da Silva
  • Silvana Maria Blascovi-Assis Universidade Presbiteriana Mackenzie (UPM)
  • Raquel Cymrot Universidade Presbiteriana Mackenzie (UPM)

Resumo

Objetivo: Correlacionar o desempenho em testes de destreza manual com o desempenho em tarefas de escrita em crianças com desenvolvimento típico e com síndrome de Down (SD). Método: Participaram do estudo 30 crianças de ambos os sexos, entre 6 a 11 anos de idade, sendo 15 escolares com desenvolvimento típico e 15 com SD. Os participantes foram avaliados pelos instrumentos: Questionário Van Strien para preferência manual, Teste Caixa e Blocos (TCB), Teste de Função Manual Jebsen Taylor (TFMJT) e Teste de Desempenho Escolar (TDE). Resultados: Observou-se correlação positiva entre o TCB e o TDE, e correlação negativa entre o TFMJT e o TDE nas crianças com desenvolvimento típico, com melhora do desempenho de acordo com o aumento da idade. Nas crianças com SD não foi observada a mesma correlação, todavia, a estatística descritiva indica que aqueles que tiveram melhor desempenho nas tarefas motoras mostraram maior habilidade de escrita, porém sem relação com o aumento da idade. Discussão: Os resultados obtidos convergem com a literatura encontrada, demonstrando a relação entre a destreza motora manual e a habilidade de escrita, porém a aplicação do TDE e da primeira tarefa do TFMJT mostraram-se de difícil aplicação para as crianças com SD, devido à dificuldade na execução da escrita. Conclusão: Os resultados indicam a necessidade de continuidade nas investigações acerca da correlação entre destreza motora manual e o desempenho na escrita, bem como a ênfase na estimulação da função manual nos programas terapêuticos que visem otimizar o aprendizado da escrita.

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Biografia do Autor

Nadja Moreira da Silva

Fisioterapeuta pela Universidade Presbiteriana Mackenzie (UPM)

Silvana Maria Blascovi-Assis, Universidade Presbiteriana Mackenzie (UPM)

Fisioterapeuta, professora do curso de fisioterapia e do programa de pós-graduação em distúrbios do desenvolvimento da UPM

Raquel Cymrot, Universidade Presbiteriana Mackenzie (UPM)

Estatística, professora da Escola de Engenharia (EE) da UPM.

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Publicado

30-07-2019

Edição

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Artigos