Um olhar ao ambiente contemporâneo e à arquitetura de resistência de Álvaro Siza
DOI:
https://doi.org/10.5935/cadernospos.v23n1p21-35Palavras-chave:
Regionalismo crítico; Urbano e natural; Ambiente construído; Globalização; Massificação.Resumo
Este artigo considera como a arquitetura do português Álvaro Siza insere-se no ambiente contemporâneo, tendo como base teórica de reflexão três obras literárias e/ou cinematográficas: os livros Design with nature, de Ian McHarg (1969), O império ecológico, ou a subversão da ecologia pelo globalismo, de Pascal Bernadin (2015), e o documentário Urbanized (2011), de Gary Hustwit. A sequência cronológica das obras enfatiza a escalada das degradações sofridas pelo meio ambiente e de como essas afetam os seres humanos. Os livros e o filme discutem problemáticas contemporâneas
em relação a uma gama de assuntos que vão da globalização a casos específicos, da neurose urbana e suas desconformidades em relação às experiências lúdicas da infância, do urbano ao campo, numa amplitude de temas dos quais pontuaremos alguns aspectos. A partir dessa abordagem, a atitude projetual do arquiteto português parece estar alinhada aos conceitos de preservação dos espaços preexistentes, respeitando as manifestações dos seres humanos perante o lugar, mitigando os impactos civilizatórios nos ambientes natural e construído. O artigo ressalta a importância da pluralidade da formação de arquitetos e urbanistas diante da necessidade de atuar e lidar com os complexos aspectos da trama sociocultural de nossos dias.
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