Responsabilidade Social Corporativa: Um Duplo Olhar Sobre a Reduc

Autores

  • Helio Arthur Irigaray FGV-EBAPE Fundação Getulio Vargas Escola Brasileira de Administração Pública e de Empresas
  • Sylvia Constant Vergara FGV-EBAPE Fundação Getulio Vargas Escola Brasileira de Administração Pública e de Empresas
  • Marcio Cesar Franco Santos Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais

Palavras-chave:

Responsabilidade Social Corporativa, Etnografia, Autoetonografia, Fotoetnografia, SMS

Resumo

A Responsabilidade Social Corporativa (RSC) tem sido objeto de discussão tanto nos meios empresariais quanto nos acadêmicos, já tendo sido retratada como estratégia que pode contribuir para o desempenho financeiro das empresas, uma resposta estratégica a pressões institucionais sofridas pelas empresas, um mero discurso de marketing, ou ainda, uma atividade pós-lucro. A discussão sobre o tema permanece centrada nas organizações e os outros agentes (stakeholders) são, geralmente, tratados como satélites coadjuvantes. A proposta deste estudo é deslocar o eixo da discussão sobre Responsabilidade Social Corporativa (RSC), da empresa para a sociedade civil e responder à seguinte questão investigativa: em que medida o discurso e as práticas da Petrobras são congruentes, sob a ótica da comunidade que vive ao redor da Refinaria Duque de Caxias (Reduc)? Fundamenta-se na crença de que algo fundamental se perdeu na busca por soluções meramente técnico-instrumentais, as quais resultaram na geração de uma sociedade mercadocêntrica, utilitarista e calculista. Ao contrário de outros estudos que objetivaram analisar a correlação entre RSC e retorno financeiro, políticas públicas ou investimento social, neste busca-se analisar o discurso da Petrobras sobre RSC e confrontá-lo com o olhar dos habitantes da comunidade de Campos Elísios, localizada em Duque de Caxias, a qual é vizinha da Refinaria, sobre o impacto das operações desta. Entendeu-se a necessidade de se dar voz aos que são marginalizados e esquecidos nos discursos oficiais, no caso, a comunidade de Campos Elíseos. Para tal, foi realizada na comunidade, uma pesquisa inspirada na etnografia e suas variantes, como a autoetnografia e a fotoetnografia, e foi constatado que a imagem que a Petrobras comunica externamente em suas Políticas de Segurança, Saúde e Meio Ambiente (ter uma grande virtude cívica, pautando suas atividades por práticas ecológica e politicamente corretas) não é compartilhada pela comunidade. Entende-se que as organizações devam prestar contas não só aos seus acionistas, mas também aos empregados, mídia, governo e às comunidades nas quais operam e com as quais interagem. Advoga-se a democratização do processo decisório organizacional, o qual deveria se dar sobre as bases de um diálogo mais participativo com todos os parceiros sociais.

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Biografia do Autor

Helio Arthur Irigaray, FGV-EBAPE Fundação Getulio Vargas Escola Brasileira de Administração Pública e de Empresas

Helio Arthur Reis Irigaray é Doutor em Administração de Empresas pela FGV-EAESP (2008), Mestre em Administração de Empresas pela PUC-Rio (1997) e Bacharel em Economia pela University Of Northern Iowa (1986). Atualmente, é professor da Escola Brasileira de Administração Pública e de Empresas da FGV e coordenador-adjunto do curso de graduação em Administração. Leciona nos cursos de pós-graduação da FGV. É professor-convidado da PUC-Rio, onde leciona Estratégia e Portfólio de Projetos (MBA em Projetos). Tem interesse nas seguintes áreas de pesquisa: diversidade e relações de trabalho, bem como os impactos dos discursos e práticas de sustentabilidade das organizações nas relações de trabalho e nas comunidades envolvidas.

Sylvia Constant Vergara, FGV-EBAPE Fundação Getulio Vargas Escola Brasileira de Administração Pública e de Empresas

Sylvia Constant Vergara é Doutora em Educação pela UFRJ, Mestre em Administração Pública pela Ebape/FGV e Pedagoga pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro, com estágio na Beckman High School, PS 59, New York. Atualmente, é professora titular da Escola Brasileira de Administração Pública e de Empresas da Fundação Getulio Vargas. Tem interesse no ensino e pesquisa relacionados aos seguintes temas: desenvolvimento gerencial, desenvolvimento organizacional, ensino e pesquisa.

Marcio Cesar Franco Santos, Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais

Marcio Cesar Franco Santos é doutorando em Administração pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais e Mestre em Administração pela Universidade do Grande Rio. Atualmente, é professor na graduação do Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais. Tem interesse nos impactos dos discursos e práticas de sustentabilidade das organizações nas relações de trabalho e nas comunidades envolvidas, no estudo de competências e na relação ensino-aprendizagem.

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Publicado

2013-09-23

Edição

Seção

Fórum Especial Temático sobre Gestão Social