Agência e Redes Mundos Pequenos: Uma Análise Multinível da Produtividade Acadêmica

Autores

  • Luciano Rossoni Universidade Positivo

Palavras-chave:

agência, estrutura, redes mundos pequenos, buracos estruturais, produtividade acadêmica.

Resumo

Neste artigo, objetivamos avaliar empiricamente a capacidade da agência dos pesquisadores do campo da pesquisa em organizações e estratégia no Brasil enquanto imersos em redes mundos pequenos (small worlds). Para tanto, assumimos que a agência pode ser avaliada em termos de seu efeito na produtividade. Depois, advogamos que tal agência pode ser explicada pela imersão em redes de coautoria, em que tanto o posicionamento privilegiado dos pesquisadores em termos de lacunas estruturais quanto a configuração de facções da rede sob a forma de mundos pequenos pode afetar a produtividade. A análise de como a estrutura social influencia o comportamento e a performance dos indivíduos é primordialmente fundamentada em estudos de análises de redes sociais, em que mesmo se reconhecendo as limitações, ela é frutífera e coerente enquanto arcabouço metodológico. Contudo, paralelamente, modelos estatísticos multiníveis vêm sendo empregados. Comumente conhecidos como modelos lineares hierárquicos, ou modelos HLM, eles buscam avaliar como o contexto interfere na ação social. Diante destas duas possibilidades, buscamos neste estudo conciliar a análise de redes com modelos hierárquicos para avaliar a agência como socialmente imersa em redes de relações. Para tanto, o campo científico é tomado como um tipo de sistema social, cujas redes de relações de coautoria são avaliadas como dimensão estrutural em termos de posição-prática. Isso porque há indícios de que à estrutura de relacionamento interfira tanto no processo de institucionalização das ações, quanto na capacidade de agência dos pesquisadores. Verificamos que pesquisadores com maior proporção de laços não redundantes são mais produtivos. Além disso, as análises apontaram que em redes mais coesas em termos de mundos pequenos, tanto individualmente, quanto coletivamente, a produtividade é maior. Todavia, quando essa coesão é muito alta, há tendência de a produtividade decair. Tais resultados apontam para a relevância de se avaliar a capacidade da agência enquanto imersa em redes de relações, já que diferentes mecanismos de capital social condicionam a ação e seus resultados.

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Biografia do Autor

Luciano Rossoni, Universidade Positivo

Professor do Programa de Mestrado e Doutorado da Universidade Positivo.

Presidente do IBEPES - Instituto Brasileiro de Estudos e Pesquisas Sociais

Doutor em Administração pela Universidade Federal do Paraná

 

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Publicado

2013-11-11

Edição

Seção

Recursos e Desenvolvimento Empresarial