Comportamento materno:Uma revisão da inter-relação com a toxicologia do desenvolvimento em roedores

Autores

  • Esther Lopes Ricci Adari Camargo
  • Julia Zaccarelli Magalhães
  • André Rinaldi Fukushima
  • Helenice de Souza Spinosa

Resumo

A toxicologia do desenvolvimento é uma ciência que estuda os efeitos adversos que ocorrem nos organismos em desenvolvimento, expostos a diferentes agentes químicos antes da concepção, durante o desenvolvimento pré-natal e pós-natal até a puberdade.  Recentemente, o interesse pelo estudo do comportamento materno no contexto da toxicologia do desenvolvimento cresceu, uma vez que, os cuidados com o neonato de mamíferos podem causar grande impacto no seu desenvolvimento. Desse modo, essa revisão teve como objetivo elucidar o comportamento materno e sua importância para o desenvolvimento da saúde mental e física da prole, bem como, as consequências deletérias da negligência materna e sua inter-relação com toxicologia do desenvolvimento, focando nos aspectos do comportamento materno em roedores, por esse ser o modelo de escolha em estudo de toxicidade pré-clínicos. Para tanto, foi realizado levantamento bibliográfico em livros, periódicos e teses obtidos nas bases de dados PubMed, Scopus e ScienceDirect entre os anos de 1966 e 2017. Os trabalhos selecionados mostraram que o comportamento materno é fundamental para o desenvolvimento da prole de roedores.  Assim, alterações no vínculo mãe-filhote podem gerar distúrbios sociais permanentes nos filhotes, evidenciando a importância de estudos no âmbito comportamental. Esses estudos também mostraram a importância da regulação endócrina e neuroquímica na manifestação do comportamento materno, em especial o neurotransmissor dopamina, já que ao controlar a síntese e secreção de prolactina, atua na manifestação do vínculo mãe-filhote, necessário para despertar os cuidados da mãe no desenvolvimento da prole. Outro aspecto relevante foi que substâncias como praguicidas e fármacos, quando presentes no período gestacional, podem levar a modificações permanentes às gerações futuras, tanto de origem física-anatômica quanto relacionados ao comportamento.

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Publicado

20-03-2018

Edição

Seção

Artigos