As crises neonatais produzem efeitos neurológicos deletérios de longo prazo: evidências clínicas experimentais

Autores

  • Barbara Liptac Fabbrni
  • Roberta Monterazzo Cysneiros

Resumo

As crises neonatais são as manifestações mais comuns de disfunção neurológica no recém-nascido. O prognóstico das crises convulsivas é muito variável, e em geral metade casos evolui de forma satisfatória e a outra metade têm um risco maior para subsequente deficiência intelectual, paralisia cerebral, epilepsia e morte. Por muitas décadas tem sido aceito que a etiologia das crises é o fator mais importante na predição do prognóstico do desenvolvimento neurológico, contudo ainda que persista a controvérsia se a crise neontais per se ou se outros fatores associados contribuem para o prognóstico adverso, independentemente da etiologia. Este trabalho teve como objetivo investigar os fatores que contribuem para o prognóstico adverso das crises neonatais e se as crises neonatais produzem efeitos neurológicos deletérios de longo prazo. Os estudos clínicos apontam que embora a etiologia subjacente às crises neonatais esteja relacionada com a gravidade do prognóstico, outros fatores que incluiu a ultrasonografia craniana anormal, índice de resistência anormal da artéria cerebral anterior, eletroencefalograma anormal, doença cardíaca congênita e a semiologia das crises neonatais, aparecem também como um preditores independentes para o prognóstico. Em modelos animais, as crises neonatais produzem prejuízos de longo prazo, tais como déficits na aprendizagem viso-espacial e na memória de longo e curto prazo, prejuízo na flexibilidade cognitiva, aumento do estado de ansiedade, prejuízo no comportamento social e aumento da vulnerabilidade para a epileptogênese. Estudos clínicos e experimentais mostram evidências que as crises neonatais per se produzem efeitos neurológicos deletérios de longo prazo.

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Publicado

19-03-2018

Edição

Seção

Artigos