Sentidos do Trabalho Apreendidos por meio de Fatos Marcantes na Trajetória de Mulheres Prostitutas

Autores

  • Késia Aparecida Teixeira Silva Universidade Federal de Lavras
  • Mônica Carvalho Alves Cappelle Universidade Federal de Lavras (UFLA)

Palavras-chave:

Trabalho. Sentidos Subjetivos. Mulheres Prostitutas. Relações de Gênero. Prostituição.

Resumo

O trabalho, que antes era visto apenas como meio de sobrevivência e acúmulo de riqueza, tornou-se uma das principais dimensões da vida humana, fazendo com que os indivíduos sejam identificados mediante as atividades que realizam. Assim, o trabalho adquiriu um novo sentido para os indivíduos, uma vez que a realização pessoal está intimamente relacionada ao seu reconhecimento perante a sociedade. Diversos estudos têm abordado o trabalho por meio dos sentidos que os trabalhadores atribuem à atividade que realizam, como é o caso da presente pesquisa que investiga os sentidos produzidos por uma categoria distante das profissões formais: as prostitutas. Nesse intuito, objetiva-se apreender os sentidos subjetivos produzidos por mulheres que atuam na prostituição em boates no interior de Minas Gerais. Para tanto, buscou-se, inicialmente, contextualizar a prostituição como profissão, desvendar a trajetória das participantes e sua inserção nessa atividade e levantar os sentidos subjetivos relacionados ao trabalho na prostituição. Participaram da pesquisa seis prostitutas que trabalham em boates. O levantamento dos dados deu-se por meio de uma entrevista focando especificamente um fato marcante na trajetória profissional dessas mulheres. Optou-se pelo estudo de natureza qualitativa baseada na Epistemologia Qualitativa (Rey, 2005) e as análises foram fundamentadas pela acepção de sentido subjetivo. O autor defende que entre o pensamento e a linguagem está a emoção, e que por isso nem sempre os sentidos subjetivos podem ser captados nas expressões diretas do sujeito. Ao final, apreendeu-se sentidos subjetivos relacionados ao trabalho na prostituição que relacionam-se à violência, aborto induzido, abandono, desconfiança, preconceito, discriminação, humilhação, medo, insegurança e solidão. A análise dos sentidos subjetivos das prostitutas frente ao trabalho que realizam mostrou-se oportuna para o entendimento de aspectos importantes da relação entre as participantes da pesquisa e os sentidos que atribuem ao seu trabalho e possibilitou evidenciar que as relações no espaço do trabalho estão permeadas por inúmeras outras que ocorrem em outros espaços sociais de atuação dos sujeitos.

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Biografia do Autor

Késia Aparecida Teixeira Silva, Universidade Federal de Lavras

Doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Administração (PPGA) da Universidade Federal de Lavras (UFLA); Professora da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC Minas-Campus Arcos); Possui interesses de pesquisas na área de Estudos Organizacionais.

Mônica Carvalho Alves Cappelle, Universidade Federal de Lavras (UFLA)

Doutora em Administração pelo Centro de Pós-Graduação e Pesquisas em Administração da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Professora do Departamento de Administração e Economia da Universidade Federal de Lavras (Ufla).

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Publicado

2015-12-16

Edição

Seção

Fórum Especial Temático Sobre a Construção do Percurso na Vida Laboral e suas Múltiplas Dimensões