Mitos Fundadores, Tradições Inventadas e Sentidos de Cidade: Uma Incursão pela Velha e Nova Cataguases-MG

Autores

  • Wescley Silva Xavier Universidade Federal de Viçosa

Palavras-chave:

Mitos fundadores. Tradições inventadas. Sentidos de cidades. Materialismo. Marxismo.

Resumo

Este trabalho propõe uma incursão histórica na formação de Cataguases-MG a fim de compreender como os mitos fundadores e as tradições inventadas imputam sentidos a cidades, objeto cada vez mais presente dentro dos Estudos Organizacionais.  As tradições inventadas e os mitos fundadores constituem um elo indestrutível na medida em que as tradições representam um passado que deve ser preservado como forma de recobrar mudanças significativas na sociedade. Esta tradição demanda necessariamente formas de ser reconhecida como novo status e se apoia nos aparatos legal, político, cultural e econômico, sendo mais forte quando mais coesa e institucionalmente amparada for. A construção do trabalho se deu a partir da consulta a acervos públicos municipais e nacionais datados a partir de 1906, bem como da análise de obras reconhecidas como biografias oficiais sobre a cidade. Os dados foram tratados a partir de uma análise marxista do discurso, de forma que este se configure um elemento ideológico de uma superestrutura que mantém relação dialética com a base, com as questões da vida social. Os achados conduzem à existência de três núcleos de mitos fundadores, ligados ao desbravamento, à fundação do município e à vocação econômica e cultural da cidade. A transição entre estes dois últimos mitos fundadores é central neste trabalho, pois diz respeito a uma batalha entre representantes da oligarquia agrária e das indústrias. É nesta transição que se desvelam as tradições inventadas, na medida em que a vocação modernista demarca a passagem de cidade conservadora para a cidade progressista. A tradição modernista imposta à cidade é decorrência de uma disputa pelo controle político da cidade da qual um dos grupos participantes era formado por industriais. Assim, o capital vê na arquitetura moderna não apenas a possibilidade de assumir o controle político, como também de demarcar a fundação de uma nova cidade, distinta daquela herdada de uma economia cafeeira gerida por velhas oligarquias.

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Biografia do Autor

Wescley Silva Xavier, Universidade Federal de Viçosa

Doutor em Administração pela Universidade Federal de Minas Gerais. Professor Adjunto do Departamento de Administração e Contabilidade da Universidade Federal de Viçosa.

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Publicado

2014-11-04

Edição

Seção

Edição Especial Estudos Organizacionais Brasileiros: As Melhores Produções Científicas do EnEO 2014