Uma Contribuição ao Estudo da Liderança sob a Ótica Weberiana de Dominação Carismática
Palavras-chave:
Liderança carismática, Dominação carismática, Organizações sociais, Poder, liderança.Resumo
O presente trabalho pretende discutir o fenômeno liderança sob a perspectiva da teoria weberiana de dominação carismática. Trata-se a liderança como relação de poder, no sentido weberiano de autoridade. Segundo Whimster (2009) o poder constitui um tema recorrente identificado em toda a obra de Max Weber. Norteiam esse artigo dois questionamentos específicos: i) a forma como dirigentes e fundadores de Organizações Sociais (OS) descrevem sua atuação pode ser caracterizada como um processo de liderança carismática sob a perspectiva de poder de Weber (2004)?; ii) existe algo na atuação de dirigentes de organizações sociais que a caracterize como um processo de dominação carismática? O presente estudo possui abordagem qualitativa, e quanto aos fins, por sua natureza e estrutura, caracteriza-se como descritivo, e foi viabilizado através de entrevistas semi-estruturadas aplicadas a nove sujeitos em sete OS. Como objeto de pesquisa tomou-se sete Organizações Sociais da Região Metropolitana de Belo Horizonte, dentre as maiores do setor, e como sujeitos os seus gestores principais. O resultado da pesquisa sugere que, dos entrevistados, todos com longa trajetória de fundadores e condutores de OS, apenas dois, representam um tipo característico de liderança carismática descrita por Weber. Ainda assim, estão sofrendo limites da estrutura da OS, que devido à interface natural com o meio ambiente organizacional, teve que se transformar, teve que burocratizar, para oferecer prestação de contas pelos recursos captados. Os demais situam o discurso numa escala progressiva entre carisma e burocratização, num processo já previsto por Weber (2004). Constatou-se, também, que o modelo de autoridade em OS obedece a um processo de transição. Outrora especificamente carismática, hoje se manifesta de forma mais burocrática que anteriormente, limitada por artifícios da legalidade, menos voluntária e mais assalariada. O trabalho social realizado com boa vontade e heroísmo, até pouco tempo, está cedendo espaço à profissionalização dos gestores. Todavia, a santidade e o heroísmo weberiano ainda resistem no século XXI e podem ser base de questionamentos para muitos processos de humanização nas organizações.Downloads
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