Desenvolvimento Sustentável, Consumo e Cidadania: um estudo sobre a (des)articulação da comunicação de Organizações da Sociedade Civil, Estado e Empresas
Palavras-chave:
Consumo Sustentável, Desenvolvimento Sustentável, Cidadania, Mobilização, Comunicação SocialResumo
O consumo na contemporaneidade cumpre diferentes funções e implica em múltiplas referências como construção social, porém, nos padrões atuais, é insustentável, tanto na perspectiva ambiental quanto da construção de direitos e da cidadania. Para compreender os desafios da construção de ações e políticas capazes de renovar as práticas de consumo, problematiza-se neste artigo as respostas aos dilemas do consumo construídas por atores da sociedade civil, Estado e mercado. O consumo sustentável se configuraria como uma das possibilidades de tratamento dos impactos do consumismo, pois envolve mudanças de atitude aliadas à necessidade de transformação do sistema das atitudes e valores dos cidadãos. Apesar de ainda não se observar a predominância de um novo modelo civilizatório capaz de superar os dilemas da sociedade do consumo, existem alternativas para promover a sustentabilidade. Esse esforço sugeriria a construção de articulações entre diferentes grupos, quer seja do governo, da sociedade civil e do mercado, para atender as demandas da população e adotar boas práticas de produção e consumo sustentáveis, através da ação política e exercício da cidadania. Na pesquisa empírica, de abordagem qualitativa, com entrevistas em profundidade e análise descritiva, percebeu-se que a comunicação para a construção de discursos e práticas politicamente corretas para o consumo por parte dos atores pesquisados para torná-lo sustentável nem sempre dá conta da complexa relação que envolve o meio ambiente na esfera pública e organizacional. Muito presente nos textos de relatórios empresariais, o desenvolvimento sustentável não é percebido na prática organizacional cotidiana. Nesse contexto, descortinam-se diferentes dramas e tramas da cidadania socioambiental, que podem dar novo sentido às lutas ambientais no campo do consumo, bem como encobrir as armadilhas de um discurso ambientalmente correto, mas politicamente frágil.
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