A vida na fazenda: sentidos subjetivos do servidor fazendário frente à participação no trabalho

Autores

  • Rogério Zanon da Silveira Receita Estadual da Secretaria de Estado da Fazenda)
  • Márcia Prezotti Palassi Programa de Pós-Graduação em administração e em Ciências Sociais da Universidade Federal do Espírito Santo

Palavras-chave:

Participação no Trabalho, Subjetividade, Sentidos Subjetivos, Auditor Fiscal, Administração Pública.

Resumo

O problema de pesquisa deste estudo tem origem em inquietações dos autores, ao longo de mais de vinte anos de serviço público, sobre a diversidade e a complexidade da participação no trabalho, nem sempre explicável objetivamente: que sentidos subjetivos perpassam o servidor público fazendário no que tange à participação no trabalho? Este artigo visa compreender os sentidos subjetivos do servidor fazendário frente à participação no trabalho. O referencial teórico é a teoria da subjetividade na perspectiva histórico-cultural de González Rey (2003, 2005), que propõe uma concepção de subjetividade baseada numa compreensão histórico-cultural do homem, rompendo com a dicotomia entre o social e o individual. A essa perspectiva da subjetividade são associados estudos de autores (inter)nacionais sobre a participação no trabalho, como O’Donoghue et al (2011); Zani e Spinelli (2010); Neves e Castro (2010) ; Palgi (2006); Cox (2006);  Demo (1988); Coutinho (2006) e Leal Filho (2009). Adota-se um conceito de participação associado às formas e aos meios pelos quais os trabalhadores e dirigentes de uma organização influenciam seus destinos (MOTTA, 1999). Trata-se de um estudo de natureza qualitativa baseada na Epistemologia Qualitativa (GONZÁLEZ REY, 2005). As interpretações fundamentam-se na acepção de sentido subjetivo (GONZÁLEZ REY, 2003, 2005). Os sujeitos pesquisados são sete auditores fiscais da Secretaria de Estado da Fazenda do Espírito Santo (SEFAZ). O levantamento dos dados deu-se em quatro momentos empíricos, entre julho de 2009 e fevereiro de 2010. As interpretações evidenciam sentidos subjetivos relevantes em cada um dos sujeitos frente à participação no trabalho, associados, entre outros: à visão ideológica; ao núcleo familiar; à autoestima; ao novo e à mudança; à formalidade e à família. Os resultados possibilitam também identificar elementos marcantes da subjetividade social prevalente na instituição, destacando-se: cultura baseada no controle; mistura entre relações de amizade e profissionais; e carência de espaços de participação. Por fim, sugerem-se medidas no sentido de aprimorar a relação servidor-instituição e a participação do servidor no trabalho, e são abordadas lacunas, limitações do estudo e questões para pesquisas futuras.

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Biografia do Autor

Rogério Zanon da Silveira, Receita Estadual da Secretaria de Estado da Fazenda)

Doutorando em Administração pelo Centro de Pós-Graduação em Administração da Universidade Federal de Minas Gerais

Auditor Fiscal da Receita Estadual da Secretaria de Estado da Fazenda

Márcia Prezotti Palassi, Programa de Pós-Graduação em administração e em Ciências Sociais da Universidade Federal do Espírito Santo

Doutorado em Psicologia Social pela Faculdade de Psicologia da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo

Professora do Programa de Pós-Graduação em administração e em Ciências Sociais da Universidade Federal do Espírito Santo

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Publicado

2011-09-20