O efeito da diversificação no valor das empresas listadas em Bolsa no Brasil
Palavras-chave:
diversificação, Q de Tobin, valor da empresa, determinantes de valor, relação entre segmentosResumo
Neste trabalho verificam-se evidências de que a diversificação e o valor das empresas são negativamente relacionados. O trabalho segue a metodologia utilizada por Lang e Stulz (1994) e tem como objetivo determinar se o valor de mercado das firmas brasileiras é correlacionado com seu grau de diversificação de seus negócios ou de sua carteira de negócios. Os resultados indicam que a relação negativa é observada para diferentes métricas de diversificação e se mantém mesmo quando se controla o efeito de outras variáveis conhecidas por influenciar o valor das empresas, a saber: investimentos, endividamento, rentabilidade e tamanho da empresa. Além disso, assim como empresas especializadas, as empresas pouco e altamente diversificadas também possuem um valor elevado, medido pelo Q de Tobin. Por fim, dois resultados novos trazidos por este trabalho são o indício de que a diversificação em segmentos mais relacionados apresenta um efeito menos negativo do que a diversificação em segmentos distintos e o fato da correlação da diversificação com o valor da empresa ser positiva em tempos de crise econômica. A implicação deste resultado é que as empresas que não possuem um posicionamento claro em relação à decisão de diversificação tendem a ter um desempenho pior que as demais e que em momento de crise as empresas mais diversificadas possuem um fluxo de rendimentos de menor risco. A limitação do trabalho é o fato de que a análise pode ter sido prejudicada devido a grande maioria das empresas brasileiras atuarem em segmentos extremamente relacionados. Isso pôde ser observado pela altíssima média do índice herfindahl, ainda que ajustado para considerar apenas segmentos não correlacionados.
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