Frames em textos:
enquadramentos de racismo em artigos de opinião sobre a #SomosTodosMacacos
Palavras-chave:
Frame, Texto, Artigo de opinião, Racismo, Antirracismo.Resumo
O presente artigo analisa enquadramentos (framings) sociocognitivos do racismo em artigos de opinião sobre a hashtag #SomosTodosMacacos, de 2014. Fundamentamo-nos aqui em uma abordagem textual dos frames. Os resultados sugerem que, no corpus, há uma intersubjetividade coletiva no enquadramento predominante do racismo como uma entidade não agentiva causadora de vítimas.
Downloads
Referências
BASSETO, Lívia Maria Turra. O processo de construção referencial nas crônicas de temas políticos escritas por Carlos Heitor Cony. 2008. 159 f. Dissertação (Mestrado em Estudos Linguísticos) – Universidade Estadual Paulista, Instituto de Biociências, Letras e Ciências Exatas, São José do Rio Preto, 2008.
BEAUGRANDE, Robert de. New foundations for a science of text and discourse: cognition, communication, and freedom of access to knowledge and society. Norwood, New Jersey: Alex, 1997.
______; DRESSLER, Wolfgang. Einfhrung in die Textlinguistik. Tübingen: Niemeyer, 1981.
CHISHMAN, Rove; SANTOS, Aline Nardes dos. O locus da referência na linguística cognitiva: realismo corporificado, projeções conceptuais e o desafio da interface discurso-cognição. Cadernos de Estudos Linguísticos, Campinas, vol. 59, n. 1, jan./abr. 2017. Disponível em: < http://doi.org/10.20396/cel.v59i1.8648438 >. Acesso em: 26 fev. 2024.
CIENKI, Alain. Frames, idealized cognitive models and domains. In: GEERAERTS, Dirk; CUYCKENS, Hubert (org.). The Oxford handbook of cognitive linguistics. New York/Oxford University Press, 2007. p. 27-47.
COULSON, Seana. Semantic leaps: frame-shifting and conceptual blending in meaning construction. Cambridge, Cambridge University Press, 2001.
FERRARI, Natália. A conceptualização da corrupção no discurso político: construção referencial e mobilização de frames nos debates presidenciais brasileiros de 2014. 2015. 160 f. Tese (Doutorado em Linguística) – Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Estudos da Linguagem, Campinas, 2018.
FILLMORE, Charles. Frame Semantics. In: The Linguistic Society of Korea (org.). Linguistics in the morning calm. Seoul: Hanshin, 1982. p. 111-137. Disponível em: < http://brenocon.com/Fillmore%201982_2up.pdf >. Acesso em: 26 fev. 2024. DOI: 10.1515/9783110199901.373
________. Frames and the semantics of understanding. Quaderni di Semantica, [S. l.], v. 6, n. 2, p. 222-254, dez. 1985. Disponível em: < https://www.icsi.berkeley.edu/icsi/node/3579 >. Acesso em: 26 fev. 2024.
GOFFMAN, Erving. Frame analysis. New York: Harper & Row, 1974.
ISHIKAWA, Clarissa Mieko Luiz; MIRANDA, Neusa Salim. Construindo um Pacto Social em sala de aula de Língua Portuguesa. Letras & Letras, Uberlândia, v. 3, n. 1, p. 70-92, jan./jul. 2017. Disponível em: < https://doi.org/10.14393/LL63-v33n1a2017-3 >. Acesso em: 26 fev. 2024.
KOCH, Ingedore Villaça. Desvendando os segredos do texto. São Paulo: Cortez, 2002.
______. Introdução à Linguística Textual: trajetória e grandes temas. São Paulo: Contexto, 2004.
______; MARCUSCHI, Luiz Antonio. Processos de referenciação na produção discursiva. DELTA, São Paulo, n. 14, p. 169-190, 1998. Disponível em: < https://doi.org/10.1590/S0102-44501998000300012 >. Acesso em: 26 fev. 2024.
________; CUNHA-LIMA, Maria Luiza. Do cognitivismo ao sociocognitivismo. In: BENTES, Anna Christina; MUSSALIM, Fernanda (org.). Introdução à linguística: fundamentos epistemológicos. São Paulo: Cortez, 2004. p. 251-300.
______; BENTES, Anna Christina; CAVALCANTE, Mônica. Intertextualidade: diálogos possíveis. São Paulo: Cortez, 2008.
AUTOR. 2014.
MARCUSCHI, Luiz Antônio. Referenciação e progressão tópica: aspectos cognitivos e textuais. Cadernos de Estudos Lingüísticos, Campinas, v. 48, n. 1, p. 7-22, 2006. Disponível em: < https://doi.org/10.20396/cel.v48i1.8637251 >. Acesso em: 26 fev. 2024.
______. Cognição, linguagem e práticas interacionais. Rio de Janeiro: Lucerna, 2007.
______. Produção textual, análise de gêneros e compreensão. São Paulo: Parábola, 2008.
MARTINS, Erik Fernando Miletta. Frames neoliberais na retórica neopentecostal: aspectos referenciais e sociocognitivos. 2015. 233 f. Tese (Doutorado em Linguística) – Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Estudos da Linguagem, Campinas, 2015.
MENEGALDO, Karina. Progressão referencial entre textos na cobertura jornalística contínua. 2016. 224 f. Dissertação (Mestrado em Linguística) – Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Estudos da Linguagem, Campinas, 2016.
MINSKY, Marvin. A Framework for Representing Knowledge. In Pat Winston (ed.). The Psychology of Computer Vision. New York: McGraw Hill. pp. 211–277, 1975.
MIRANDA, Neusa Salim; SALOMÃO, Margarida (org.). Construções do português do Brasil. Belo Horizonte: EDUFMG, 2010.
______; BERNARDO, Flávia Cristina. Frames, discurso e valores. Caderno de Estudos Linguísticos, Campinas, v. 59, n. 1, jan./jun. 2013. Disponível em: < https://doi.org/10.20396/cel.v55i1.8636596 >. Acesso em: 26 fev. 2024.
MONDADA, Lorenza; DUBOIS, Danièle. Construção dos objetos e categorização: uma abordagem dos processos de referenciação. In: CAVALCANTE, Mônica; RODRIGUES, Bernadete Biasi; CIULLA, Alena (org.). Referenciação. São Paulo: Contexto, 2003 [1995]. p. 17-52.
MORATO, Edwiges. A noção de frame no contexto neurolinguístico: o que ela é capaz de explicar? Cadernos de Letras da UFF, Niterói, n. 41, p. 93-113, 2010.
______. Da relação entre linguagem e cognição. In: RESENDE, Briseida Diôgo et al. (org.). Linguagem e cognição: um diálogo interdisciplinar. Lecce: Pensa Multimedia, 2015. p. 25-51.
______. A construção de uma interface entre perspectivas neurolinguísticas e sociocognitivas: contribuições do grupo de pesquisa COGITES (Cognição, Interação e Significação). In:
CAVALCANTE, Sandra; GABRIEL, Rosângela; MOURA, Heronides (org.). Linguagem, cognição e cultura: estudos em interface. Campinas: Mercado de Letras, 2020.
_____. “Âncoras da deriva simbólica” – textos como formas de cognição social. Revista da ANPOLL, v. 54, n. 1, p. e1901, 2023. Disponível em: < https://doi.org/10.18309/ranpoll.v54i1.1901 >. Acesso em: 29 fev. 2024.
______ et al. Processos implícitos, contextuais e multimodais na construção referencial em conversações entre afásicos e não afásicos: relato de pesquisa. Linguagem em (Dis)curso, vol 12, n. 3, 2012. Disponível em: < https://portaldeperiodicos.animaeducacao.com.br/index.php/Linguagem_Discurso/article/view/1220 >. Acesso em: 26 fev. 2024.
______ et al. O papel dos frames na organização do tópico discursivo e na coesividade comunicacional na interação entre afásicos e não afásicos. Caderno de Estudos Linguísticos, Campinas, v. 59, v. 1, jan./abr. 2017. Disponível em: < https://doi.org/10.20396/cel.v59i1.8648347 >. Acesso em: 26 fev. 2024.
______; BENTES, Anna Christina. Frames em jogo na construção discursiva e interativa da referência. Caderno de Estudos Linguísticos, Campinas, v. 55, n. 1, jan./jun. 2013. Disponível em: < https://doi.org/10.20396/cel.v55i1.8636599 >. Acesso em: 26 fev. 2024.
NEVES, Maria Helena Moura. Texto e gramática. São Paulo: Contexto, 2006.
PARINTINS, R. Algumas palavras sobre (socio)cognitivismo: para o estudo textual das fake news e da relação entre linguagem, cognição e sociedade. Saridh – Linguagem e Discurso, v. 5, n. 2, p. 8-24, 2023. Disponível em: https://periodicos. ufrn.br/RevSaridh/article/view/35231. Acesso em: 4 jun. 2024.
PARINTINS LIMA, R. A construção textual e sociocognitiva do racismo em (des)
alinhamentos à hashtag #SomosTodosMacacos. 2019. 374 p. Tese (Doutorado em Linguística) – Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2019. Disponível em: https://repositorio.unicamp.br/acervo/detalhe/1095364. Acesso em: 4 jun. 2024.
PARINTINS LIMA, R.; MORATO, E. Racismo e violência verbal: a construção textual
e sociocognitiva da #SomosTodosMacacos. Estudos da Linguagem, Belo Horizonte,
v. 28, n. 4, p. 1637-1666, 2020. Disponível em: http://www.periodicos.
letras.ufmg.br/index.php/relin/article/view/16684. Acesso em: 6 jun. 2024.
SALOMÃO, Margarida. Gramática e interação: o enquadre programático da hipótese sócio-cognitiva sobre a linguagem. Veredas, Juiz de Fora, v.1, n. 1, p. 23-9, 1997. Disponível em: < https://periodicos.ufjf.br/index.php/veredas/article/view/25385 >. Acesso em: 26 fev. 2024.
______. A questão da construção do sentido e a revisão da agenda dos estudos da linguagem. Veredas, Juiz de Fora, v. 3, n. 1, p. 61-79, 1999. Disponível em: < https://periodicos.ufjf.br/index.php/veredas/article/view/25354 >. Acesso em: 26 fev. 2024.
______. Razão, realismo e verdade: o que nos ensina o estudo sociocognitivo de referência. Caderno de Estudos Linguísticos, Campinas, v. 44, p. 71-84, jan./jun. 2003. Disponível em: < https://doi.org/10.20396/cel.v44i0.8637065 >. Acesso em: 26 fev. 2024.
SANTOS, Aline Nardes dos. A sugestão legislativa nº 15/2014: entrelaçamentos e reenquadramentos de frames semânticos no debate sobre os direitos reprodutivos das mulheres no Brasil. 2020. 296 f. Tese (Doutorado em Linguística Aplicada) – Universidade do Vale do Rio dos Sinos, São Leopoldo, 2020.
TOMASELLO, Michael. As origens culturais da aquisição do conhecimento humano. São Paulo: Martins Fontes, 2003 [1999].
______. A natural history of human thinking. Harvard University Press, 2014.
VEREZA, Solange. O lócus da metáfora: linguagem, pensamento e discurso. Cadernos de Letras da UFF, Niterói, n. 41, p. 199-212, 2010.
______. Entrelaçando frames: a construção do sentido metafórico na linguagem em uso. Cadernos de Estudos Linguísticos, Campinas, v. 55, n. 1, jan./jun. 2013. Disponível em: < http://doi.org/10.20396/cel.v55i1.8636598 >. Acesso em: 26 fev. 2024.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2024 Rafahel Parintins
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International License.
Os direitos autorais dos artigos publicados na Todas as Letras pertencem aos autores, que concedem à Universidade Presbiteriana Mackenzie os direitos exclusivos de publicação do conteúdo. É vedada sua reprodução total ou parcial sem a devida autorização da Comissão Editorial, exceto para estudo e pesquisa.
