Como Projetar com Pessoas que Vivem em Áreas Socialmente Vulneráveis?

Autores

  • Viviane Zerlotini da Silva Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais
  • Alícia Duarte Penna Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais
  • Eduardo Moutinho Ramalho Bittencourt Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais
  • Tiago Castelo Branco Lourenço Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais

Palavras-chave:

Assessoria Técnica, Extensão universitária, Ocupações Urbanas, Moradia, Sem Teto

Resumo

O Escritório de Integração presta assessoria técnica direta a ocupações urbanas na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Sua proposta metodológica baseia-se na fricção entre o conhecimento e a experiência dos moradores, que autoproduzem seu território, e dos técnicos, neste caso, professores e alunos do Curso de Arquitetura e Urbanismo da PUC Minas. Trata-se não só de investigar o que nos distancia e o que nos aproxima, mas também de superar paradigmas de urbanização que empobrecem o cotidiano e degradam a vida. Orientam tal proposta tanto a consideração dos impactos - sobre o território, o cotidiano e o trabalho - das técnicas convencionais de urbanização, predominantes na chamada cidade formal e reproduzidas na chamada cidade informal, quanto a constatação de que a incompletude da urbanização nos territórios autoproduzidos, associada ao seu potencial autogestionário, constitui uma condição desafiadora e aberta à experimentação. Neste artigo apresentamos o trabalho realizado em quatro anos, envolvendo práticas de extensão e em disciplinas na Graduação e na Pós-Graduação. Focado desde 2014 em três ocupações urbanas objeto do mais grave conflito fundiário urbano do Brasil, o trabalho, sempre intenso, desta vez consistiu de uma provocação. Por meio de ações diretas cujo efeito intencionava-se imediato, realizou-se um exercício simultâneo de crítica de processos e técnicas de urbanização ali em curso e de reconhecimento de outros que, não necessariamente desconhecidos ou alternativos, são ali desconsiderados. Propositadamente, tomou-se o atendimento a demandas pontuais dos moradores como estratégia para a franca abordagem dos processos pelos quais tais demandas se multiplicam e se agravam.

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Biografia do Autor

Viviane Zerlotini da Silva, Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais

Possui graduação em Arquitetura e Urbanismo pela UFMG (1994), mestrado em Engenharia de Produção pela UFMG (2000) e doutorado em Arquitetura pela UFMG (2014). Atualmente é professora do Curso de Arquitetura e Urbanismo da PUC-Minas, orientadora de Pesquisa e Extensão do "Escritório de Integração" e coordenadora de Extensão do Curso de Arquitetura e Urbanismo da PUC-Minas. Tem experiência profissional e acadêmica na área de Arquitetura e Urbanismo; e interesse nos processos autônomos de produção de espaços por grupos sociais organizados.

Alícia Duarte Penna, Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais

Graduada em Arquitetura, Mestre e Doutora em Geografia pela Universidade Federal de Minas Gerais. Professora, coordenadora de Pesquisa e de Pós-Graduação, de Extensão e do Escritório de Integração no Curso de Arquitetura e Urbanismo da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais. Escritora, ensaísta e tradutora de textos técnicos, tem se dedicado aos seguintes temas: urbanismo, história das cidades, urbanização brasileira, planejamento urbano e ambiental, metodologias e processos colaborativos e autônomos de planejamento e projeto urbanos.

Eduardo Moutinho Ramalho Bittencourt, Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais

Bacharel em Arquitetura e Urbanismo pelo Instituto Metodista Bennett (2006). Mestre em Arquitetura e Urbanismo pelo NPGAU - Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo da UFMG (2014). Atua como consultor técnico especializado nas áreas de planejamento urbano municipal, urbanização de assentamentos precários e desenvolvimento de soluções para habitação de interesse social e como docente em curso de graduação, pós-graduação e extensão nas áreas de desenho e projeto de arquitetura, projeto e planejamento urbano, com ênfase nos temas produção social do espaço, habitação, assentamentos precários, políticas públicas municipais e gestão ambiental e urbana. Professor Assistente I do Departamento de Arquitetura e Urbanismo da Pontifícia Universitária de Minas Gerais em regime de trabalho integral. Presta assessoria técnica à entidades da sociedade civil e movimentos sociais na mediação de conflitos territoriais e urbanos.

Tiago Castelo Branco Lourenço, Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais

Maquetista, Técnico Industrial em Edificações, Licenciado em História, Especialista em Revitalização Arquitetônica e Urbana, Arquiteto e Urbanista, Mestre em Arquitetura e Urbanismo e Doutorando em Arquitetura e Urbanismo. Atualmente trabalha com maquetes na Maquete Aristides Lourenço, da qual é sócio-diretor, e com projetos arquitetônicos e urbanos como associado da Associação dos Arquitetos Sem Fronteira-Brasil, e como sócio-diretor da COAU-Corporação de Ofício de Arquitetura e Urbanismo. Presta assessoria técnica junto aos movimentos sociais pró moradia na cidade de Belo Horizonte e região. Os temas pesquisados durante a trajetória acadêmica são: passeurs-culturels, continuidade e descontinuidade cultural, conformação espacial, técnicas construtivas, patrimônio histórico e cultural, maquetes, desenhos e representações gráficas, movimentos populares, moradia e habitação de interesse social. Atualmente é associado Associação das Arquitetas Sem Fronteira-Brasil, foi Diretor Suplente do Sindicato dos Arquitetos de Minas Gerais, foi Vice-Diretor de Habitação do Instituto dos Arquitetos do Brasil - Departamento Minas Gerais (Biênio 2012/2013). Atualmente é professor assistente do Departamento de Projetos da Escola de Arquitetura da Universidade Federal de Minas Gerais e da disciplina Planejamento Ambiental Urbano na Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, foi professor do curso de Arquitetura e Urbanismo do Instituto Metodista Izabela Hendrix, professor e membro do Núcleo Docente Estruturante da Faculdade Presidente Antônio Carlos de Bom Despacho, e dos cursos de Geografia, História, Letras e Turismo da Universidade Salgado de Oliveira no Campus Belo Horizonte, já foi professor de história do ensino fundamental é médio da rede estadual de Minas Gerais e professor de desenho e maquete em cursos técnicos de edificações e paisagismo.

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Publicado

2018-07-27

Como Citar

ZERLOTINI DA SILVA, V.; PENNA, A. D.; BITTENCOURT, E. M. R.; LOURENÇO, T. C. B. Como Projetar com Pessoas que Vivem em Áreas Socialmente Vulneráveis?. Cadernos de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo, [S. l.], v. 18, n. 1, p. 24, 2018. Disponível em: https://editorarevistas.mackenzie.br/index.php/cpgau/article/view/2018.1.Zerlotini. Acesso em: 13 dez. 2024.

Edição

Seção

Artigos