Estudo de caso da ruptura da barragem de Fundão (Mariana-MG)
Palavras-chave:
Ruptura de barragem, Barragem do Fundão, DeslizamentoResumo
A barragem de rejeitos é uma estrutura projetada e elaborada para contenção de grandes quantidades da mistura de líquidos e sólidos advindos do processo de mineração. Este trabalho apresenta, por meio de pesquisas e da análise do relatório Comitê de Especialistas para Análise da Ruptura da Barragem de Rejeitos do Fundão (MORGENSTERN et al., 2016), as causas que levaram a Barragem de Fundão, localizada na cidade de Mariana, em Minas Gerais, a romper no dia 5 de novembro de 2015. Esse acidente causou 19 vítimas fatais e poluiu o Rio Doce em 600 km de extensão. A lama com rejeitos de minérios de ferro atingiu o Oceano Atlântico, na cidade de Linhares, em Espírito Santo, trazendo prejuízos ambientais e socioeconômicos para moradores e trabalhadores das regiões afetadas pelo desastre. Com base nos estudos realizados, verificou-se que a ruptura da barragem de rejeitos de Fundão se deu por deslizamento fluido provocado por liquefação e foi consequência de uma cadeia de eventos e condições, pois, ao ocorrer tremores no subsolo, foi gerada uma carga adicional, acelerando o início do processo de liquefação, permitindo assim a ocorrência do deslizamento.
Downloads
Referências
AGÊNCIA NACIONAL DE MINERAÇÃO (ANM). Anuário Mineral Brasileiro: principais substâncias metálicas. Brasília: ANM, 2020. Disponível em: https://www.gov.br/anm/pt-br/centrais-de-conteudo/publicacoes/serie-estatisticas-e-economia-mineral/anuario-mineral/anu¬ario-mineral-brasileiro/amb_2020_ano_base_2019_revisada2_28_09.pdf. Acesso em: 13 nov. 2020.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). NBR 13028: mineração – elaboração e apresentação de projeto de barragens para disposição de rejeitos, contenção de sedimentos e reservação de água – requisitos. 3. ed. Rio de Janeiro: ABNT, 2017.
BRASIL. Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA). Relatório de segurança de barragens de 2019. Brasília: ANA, 2019a. Disponível em: http://www.snisb.gov.br/portal/snisb/relatorio-anual-de-seguranca-de-barragem/2019/rsb19-v0.pdf. Acesso em: 11 nov. 2020.
BRASIL. Resolução n° 13, de 08 de agosto de 2019. Estabelece medidas regulatórias objetivando assegurar a estabilidade de barragens de mineração, notadamente aquelas construídas ou alteadas pelo método denominado “a montante” ou por método declarado como desconhecido e dá outras providências. Diário Oficial da União: seção 1, Brasília, DF, p. 44, ago. 2019b. Disponível em: https://www.in.gov.br/web/dou/-/resolucao-n-13-de-8-de-agosto¬-de-2019-210037027. Acesso: 13 nov. 2020.
BRASIL. Lei Federal nº 12.334, de 20 de setembro de 2010. Estabelece a Política Nacional de Segurança de Barragens destinadas à acumulação de água para quaisquer usos, à disposição fi¬nal ou temporária de rejeitos e à acumulação de resíduos industriais, cria o Sistema Nacional de Informações sobre Segurança de Barragens e altera a redação do art. 35 da Lei no 9.433, de 8 de janeiro de 1997, e do art. 4o da Lei no 9.984, de 17 de julho de 2000. Brasília, DF: Presidência da República, 20 set. 2010. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/cci¬vil_03/_ato2007-2010/2010/lei/l12334.htm#:~:text=Estabelece%20a%20Pol%C3%ADtica%20Nacional%20de,altera%20a%20reda%C3%A7%C3%A3o%20do%20art. Acesso em: 05 out. 2020.
CHAVES, J. C. Controle de deformações em barragens: métodos de monitoramento e viabilidade da utilização do GPS. 1994. Dissertação ((Mestrado em Engenharia de Transportes) – Universidade de São Paulo, São Paulo, 1994. Disponível em: https://www.researchgate.net/publication/265164869_Controle_de_deformacoes_em_barragens_metodos_de_monitoramento_e_viabilidade_da_utilizacao_do_GPS. Acesso em: 1 nov. 2020.
FUNDAÇÃO RENOVA. A fundação. 2022. Disponível em: https://www.fundacaorenova.org/a-fundacao/. Acesso em: 19 nov. 2020.
LUZ, P. A. C.; LÁZARO, A. A. Acidentes em barragens de mineração como Mariana e Brumadinho podem ser evitados? Sodebras: Soluções para o Desenvolvimento do País, v. 14, n. 168, p. 76-81, dez. 2019. Disponível em: http://sodebras.com.br/edicoes/N168.pdf. Acesso em: 20 nov. 2020.
MACHADO, W. G. de F. Monitoramento de barragens de contenção de rejeitos de mineração. 2007. Dissertação (Mestrado em Engenharia Mineral) – Universidade de São Paulo, São Paulo, 2007. Disponível em: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/3/3134/tde-31032008- 154124/publico/DissertacaoWillianGladstoneMachado.pdf. Acesso em: 19 nov. 2020.
MORGENSTERN, N. R. et al. Comitê de especialistas para análise da ruptura da barragem de rejeitos de Fundão: relatório sobre as causas imediatas da ruptura da barragem de Fundão. 2016. Disponível em: https://www.fundacaorenova.org/wp-content/uploads/2017/10/relatorio-so¬bre-as-causas-imediatas-da-ruptura-da-barragem-de-fundao.pdf. Acesso em: 5 mar. 2021.
TERCINI, O. T.; CESTARI JUNIOR, E.; ANDREETTA, A. B. Estudos de Dam Break. In: ENCONTRO NACIONAL DE DESASTRES DA ABRHIDRO, 2., 2020, virtual. Anais [...]. Porto Alegre: Associação Brasileira de Recursos Hídricos, 2020. Disponível em: https:// anais.abrhidro.org.br/job.php?Job=7333. Acesso em: 2 nov. 2021.
THOMÉ, R.; PASSINI, M. L. Barragens de rejeitos de mineração: características do método de alteamento para montante que fundamentaram a suspensão de sua utilização em Minas Gerais. Ciências Sociais Aplicadas em Revista, Marechal Cândido Rondon, v. 18, n. 34, p. 49-65, 2018. Disponível em: https://e-revista.unioeste.br/index.php/csaemrevista/article/view/19480. Acesso em: 18 nov. 2020.
VALE. Descaracterização de barragens. 2022. Disponível em: http://www.vale.com/brasil/PT/ business/mining/de-characterization/Paginas/default.aspx. Acesso em: 19 nov. 2020.
VALERIUS, M. B. Cadastro e análise do potencial de risco das barragens de rejeitos de mineração do estado de Goiás. 2014. Dissertação (Mestrado em Engenharia Civil e Ambiental) – Universidade de Brasília, Brasília, 2014. Disponível em: https://repositorio.unb.br/handle/10482/17348. Acesso em: 13 nov. 2020.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
A Universidade Presbiteriana Mackenzie detém os direitos de publicação de todas as matérias publicadas pela Revista Mackenzie de Engenharia e Computação. Os direitos autorais permanecem em posse dos autores.