Reduzir a desigualdade, mas até que ponto? Breves comentários a partir da "Vida Boa" de Aristóteles
Resumo
O artigo pretende refletir sobre o debate atual sobre desigualdade, buscando explorar questões éticas que são inerentes ao tema, principalmente a existência de um suposto ponto ideal para a desigualdade ser reduzida. O trabalho parte dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) das Nações Unidas, que, na proposta de Raworth (2019), seriam a base, juntamente com a busca da sustentabilidade ambiental, para a redução da pobreza e da desigualdade. Porém, alguns países mais desenvolvidos já estão em grau maior de avanço quanto a estes indicadores, e, mesmo assim, nas últimas décadas, há fortes evidências de aumento da desigualdade e da redução de importantes indicadores de bem-estar da sua população. O artigo então propõe que Aristóteles pode proporcionar um novo olhar sobre a crescente desigualdade do mundo atual, a partir de sua visão de “vida boa”. Buscando discutir o que seria “suficiente” para o bem viver proposto pelo filósofo da Antiguidade nos dias de hoje, a partir dos “bens básicos” necessários, conforme definido por Skidelsky e Skidelsky (2017), procuramos mostrar que tal visão, mesmo ainda necessitando avançar em termos analíticos (como na mensuração dos bens básicos), apresenta implicações claras para o debate atual sobre desigualdade, por revelar um ponto moralmente ideal para se buscar sua redução, e que pode inclusive inspirar novas discussões sobre medidas de políticas públicas.
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