Epistemologia Crítica do Concreto e Momentos da Pesquisa: Uma Proposição para os Estudos Organizacionais

Autores

  • José Henrique de Faria UFPR e Centro Universitário Franciscano - FAE-PR

Palavras-chave:

Epistemologia Crítica do Concreto. Momentos da Pesquisa. Estudos Organizacionais. Primazia do Real. Metodologia.

Resumo

O objetivo deste estudo é propor, a partir de uma Epistemologia Crítica do Concreto - ECC, um procedimento metodológico que explicite os três momentos fundamentais de toda a pesquisa orientada por tal epistemologia. Não se trata de um roteiro a ser seguido, mas de uma reflexão sobre a forma processual de ação do pesquisador que tem a finalidade de orientá-lo em sua prática de maneira que este possa compreendê-la. A pesquisa não se realiza de forma automática, direta e simples. Toda a pesquisa comporta momentos distintos, porém integrados, em seu processo de realização. Tais momentos não se reduzem a contatos e tampouco à quantidade de vezes em que o sujeito pesquisador estabelece relações com o objeto de sua pesquisa, mas às formas como estas relações se desenvolvem e se transformam. São, de fato, momentos caracteristicamente distintos e integrados de apropriação do real pelo pensamento a partir do real. Cada momento da pesquisa é constituído de um conjunto de ações interativas entre o pesquisador e o seu objeto e não há uma sucessão predefinida de eventos tais que de um momento a outro haja uma passagem linear, natural e automática. O pesquisador evolui de um momento a outro quando supera as limitações de cada momento anterior, porém não de forma sucessiva, pois não existe qualquer garantia de que a partir das ações interativas do sujeito pesquisador com o objeto, não haja necessidade de se voltar ao entendimento de determinados elementos constitutivos da fase anterior. A proposição dos três momentos da pesquisa em uma ECC para os Estudos Organizacionais procura sugerir que toda a pesquisa, nesta dimensão, é um processo que tem o real como primazia e que a relação do sujeito pesquisador com o concreto não é direta, imediata, simples e definitiva. Há um ir e vir necessário entre o sujeito e a realidade que o mesmo estuda para que este possa apreendê-la em sua totalidade cognoscível e, portanto, em sua essência dinâmica e contraditória e não apenas em sua aparência fenomênica.

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Biografia do Autor

José Henrique de Faria, UFPR e Centro Universitário Franciscano - FAE-PR

Professor Titular do PPGADM/UFPR; Lider do Grupo de Pesquisa EPPEO (CNPq); Pós-Doutorado em Labor Relations pela University of Michigan.

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Publicado

2015-11-03

Edição

Seção

Gestão Humana e Social