Lições de agramática do Padre Ezequiel:
um olhar discursivo sobre o fazer poético em Manoel de Barros
Palavras-chave:
Manoel de Barros, poesia, texto, ensino, semióticaResumo
Este artigo tem com objeto de estudo o texto poético, seguramente o menos contemplado no trabalho com textos na escola. Orientado por pressupostos teórico-metodológicos da semiótica discursiva greimasiana, o propósito do estudo é contribuir para a análise e interpretação de textos poéticos, tendo particularmente em consideração as especificidades de seu modo de construir sentidos. Como diz Teixeira, na epígrafe, a literatura e, em particular, a poesia é o modo de ser da palavra. Na poesia o poeta explora ao infinito as potencialidades da expressão linguística, revelando não só o seu inconformismo com os limites da língua, mas também com os do mundo que ela costuma expressar. Com a recriação da língua o poeta cria novos universos com sentidos, percepções e sensações outras, inesperadas, surpreendentes que fraturam a ordem vigente, questionando os valores que nela imperam, apontando ao leitor novos horizontes de vida, convidando-o a novas descobertas, em suma, alçando-o a experiências que só a arte pode proporcionar. Este texto terá alcançado seus propósitos se, em alguma dimensão, ajudar alunos e professores a melhor compreender o modo como os textos poéticos constroem seus sentidos e, em especial, a impulsioná-los à fruição estética inerente a todo e qualquer objeto artístico.
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