Suspeita de Transtornos Mentais em Profissionais de Saúde Brasileiros que Trabalharam Contra a Covid-19
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Resumo
Uma maior ocorrência de transtornos mentais foi identificada nos profissionais da saúde atuantes no combate ao Covid-19, mas os fatores associados ao sofrimento psíquico neste público ainda não estão consolidados na literatura. Assim, este estudo transversal analisou os fatores sociodemográficos e laborais associados à suspeita de transtornos mentais em 151 profissionais de saúde, sendo 114 mulheres e 37 homens, com idades entre 20 e 61 anos (M=31,99; DP=7,91), que estavam atuando na linha de frente contra o Covid-19. Os participantes responderam um questionário sociodemográfico e o Self Report Questionnaire (SRQ-20). A análise dos dados foi conduzida por meio dos testes de Kolmogorov-Smirnov, t de student independente, Qui-quadrado e Regressão Logística Binária (p<0,05). A maioria dos participantes era solteiro (63,6%), com pós-graduação (55,6%), sem filhos (64,9%), trabalhava em hospitais (79,5%), com regime de trabalho integral (75,5%), praticava atividade física (66,9%) e tinha renda mensal de até cinco salários-mínimos (68,2%). A presença do sofrimento mental foi identificada em 60,9% dos profissionais. A análise ajustada mostrou associação significativa da presença de suspeita de transtornos mentais com a renda mensal (OR=2,772; IC=1,070-7,184) e com a prática de atividade física (OR=0,362; IC=0,152-0,863). Os profissionais com renda mensal de até três salários-mínimos apresentaram 2,772 vezes mais chances de apresentarem presença de suspeita de transtornos mentais e aqueles que praticavam atividade física tiveram 63,8% menos chances de apresentar presença de suspeita de transtornos mentais. Pode-se concluir que presença de suspeita de transtornos mentais dos profissionais de saúde que atuaram na linha de frente contra a Covid-19 está associado com a renda mensal e com a prática de atividade física.
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